segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Marchas em sentido inverso

Na França a esquerda foi amplamente derrotada nas últimas eleições presidenciais. Nem a "musa" socialista, Segolène Royal - tão exaltada por amplos setores da mídia, que não hesitavam em declará-la a grande favorita - conseguiu reverter a tendência da opinião pública.

Agora os socialistas se confessam em uma das mais graves crises históricas do Partido e seu líder máximo, François Hollande, afirma que o socialismo, com suas propostas, não fala mais uma língua inteligível pelo público.

Na esteira da vitória presidencial, Nicolas Sarkozy, começa a empreender as reformas necessárias para libertar a França dos "grilhões" do passado estatista, deixando para trás as decrépitas fórmulas socialistas da economia.

O conhecido articulista Gilles Lapouge analisa a política do presidente francês, em artigo para O Estado de S. Paulo (21.set.2007), Sarkozy semeia ‘nova sociedade’:

  • "Nicolas Sarkozy atacou em cheio o capítulo mais perigoso do seu programa de governo: a reforma econômica e social do Estado. Reforma não é o termo mais apropriado. Melhor dizer: a invenção de uma “nova sociedade”. E começou o trabalho com violência. Dirigindo-se a 5 milhões de funcionários públicos que custam ao Estado 1 bilhão por ano. ....

    Qual é a linha geral? Ele jurou arrancar a economia dos seus grilhões “estatais”, ampliando definitivamente o território da empresa privada. A intervenção do Estado é uma tradição antiga. Remonta a Colbert, Napoleão, de Gaulle. Fora da França, porém, observa-se o oposto. É o liberalismo, a lei do mercado e a livre empresa que triunfam.

    A França, país ideológico e pouco pragmático, sempre rejeitou essa ruptura com o passado. Sarkozy deseja que a França realize essa revolução, que o país se adapte ao novo século. E joga pesado".
Como esse caminho contrasta com as tendências cada vez mais estatizantes que o governo Lula tenta imprimir à economia nacional: verdadeiro massacre de impostos, crescente burocracia, inchaço do Estado, aumento desproporcionado dos gastos públicos (o dobro do índice de crescimento do PIB), ausência de uma reforma na legislação trabalhista retrógrada, desrespeito contínuo e impune dos "movimentos sociais" ao direito de propriedade.

Afinal, na campanha eleitoral, o "fantasma" com que Lula tentou, desonestamente, assustar os brasileiros trazia o nome de "privatizações". E no recente Congresso do PT, que endossou a defesa do "socialismo sustentável", os clamores pela reestatização da Vale do Rio Doce foram o grito simbólico do partido do Presidente em favor de uma ampla reestatização da economia.

Marchas em sentido inverso: na França para a modernidade; no Brasil para os modelos retrógrados do "socialismo sustentável".

Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

Nenhum comentário: