quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Lula e a "transparência" obscura

Lula e a "transparência" obscura
A crise é grave, muito grave. Um órgão de Estado, diretamente subordinado à Presidência da República, espionou altos integrantes do Poder Judiciário e do Poder Legislativo.

Não é possível isentar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de responsabilidade! Foi o que muito bem apontou o Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos espionados.

Uma nota oficial do DEM alertou para a "escalada criminosa do governo de índole autoritária conduzido pelo presidente Lula da Silva", e exigiu respeito à Constituição, ao Estado de Direito e o fim do "estado policial".

A nota do DEM acrescentava ainda que a responsabilidade pelos atos criminosos que se sucedem é do Presidente Lula da Silva, e que a democracia encontra-se à beira do precipício.

Lula acuado

A oposição ameaçou pedir o afastamento de Lula por crime de responsabilidade.

E até na base aliada há quem peça o impeachment do Presidente. Foi o que fez, em discurso na tribuna do Senado, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Por seu lado, Ministros do STF exigiram medidas claras e inequívocas, tendo o Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Gilmar Mendes, enunciado o desejo de chamar Lula ao Tribunal para explicar-se.

Medidas paleativas
Acuado, Lula precisava, pois, acobertar-se. E, para tal, deitou mão da sua "transparência"... obscura.

Depois de muito relutar, o Presidente decidiu afastar provisoriamente toda a cúpula da ABIN. E, ao mesmo tempo, convocar a Polícia Federal para fazer uma investigação! Enquanto, é claro, Lula finge que não sabia de nada.

Como pode a PF fazer uma investigação isenta e séria, se ela é alvo das mesmas acusações de grampos ilegais, inclusive os últimos em colaboração com os espiões da ABIN?

Lula, na verdade, não quer que se conheça a verdade, deseja apenas contornar a crise política, acalmar a oposição e abafar a investigação.

Afinal, como ressalta matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (2.set.2008), em casos com o governo, a marca da PF é a lentidão: "Alguns dos mais estridentes escândalos que atingiram personalidades do governo contabilizam anos de investigação sem solução".

Lula sacrifica ABIN para se salvar
Em contundente artigo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo (3.set.2008) sob o título de Fortemente constrangido, a jornalista Dora Kramer explica a reação "transparente" de Lula e põe o dedo na ferida:
  • "O envio da diretoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o altar dos sacrifícios já no primeiro dia útil da crise instalada no fim de semana, quando a revista Veja exibiu prova da existência de uma usina de invasões de privacidades em Brasília, foi entendido como um sinal de rigor e agilidade por parte do presidente Luiz Inácio da Silva.

    Houve, de fato, uma alteração no padrão habitualmente adotado no Palácio do Planalto para a administração de escândalos. Mas nada que autorize entusiasmos com a rapidez e a austeridade da “ação” do presidente da República.

    Primeiro, porque não foi uma ação, foi uma reação. Segundo, não foi rápida e, terceiro, não revelou o vigor e sim a fragilidade de Lula diante de um Supremo Tribunal Federal unido e disposto ao combate, caso se repetisse o roteiro de sempre. (...)

    Desta vez, o governo fez uma passada meteórica pelas preliminares e apresentou logo um suspeito. E por que fez isso? Porque se viu diante de uma emergência: ou fazia alguma coisa logo, apresentava um alvo qualquer, ou se arriscaria a se tornar ele mesmo o alvo de uma artilharia pesada.

    A cobrança pública por providências, desde sábado, não partiu de um Congresso desmoralizado, nem de uma oposição acuada ou de uma opinião pública difusamente indignada.

    Quem pressionava era a cúpula do Poder Judiciário, a guardiã da Constituição, dona da palavra final sobre as leis, a única instituição com poder e credibilidade suficientes para, em determinado momento - não precisava nem dizer, bastava insinuar que o presidente da República hesitava na defesa do Estado de Direito -, levar Lula às cordas. (...)

    A regra, até agora seguida sem exceção, levaria à suposição de que o governo agiu agora de forma diferente porque já dispunha de base sólida para apresentar o suspeito sem correr o risco de transformá-lo em réu injustamente.

    A reação das autoridades ontem em Brasília mostrou que, quem chegou a essa conclusão, precipitou-se. Do vice-presidente da República, José Alencar, ao ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, passando pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Felix, saíram todos em defesa do diretor demitido da Abin, Paulo Lacerda.

    Um homem inatacável, um profissional bom e confiável, uma vítima de armação de gente interessada em desmoralizar a agência foi o mínimo que se ouviu a respeito da pessoa apresentada na noite anterior como chefe dos principais suspeitos.

    Junto a esses elogios, ganharam reforço também as versões sobre a possibilidade de as escutas ilegais não terem sido produzidas dentro do aparelho de Estado, mas por quadrilhas de “ouvidores” (no mau sentido) do setor privado, vale dizer, Daniel Dantas. (...)

    Agora, se vai nessa direção a desconfiança mais forte e se no dia seguinte o governo inteiro põe a mão no fogo por Paulo Lacerda, por que o afastamento em regime de exceção?

    Por qualquer caminho que se vá, chega-se ao mesmo lugar: para proteger o presidente Lula de uma confrontação com o Supremo Tribunal Federal no âmbito onde este é autoridade máxima e àquele cabe submissão absoluta jurada no ato da posse: a legalidade.

    Enaltecido o presidente poderia ser, caso tivesse sido dele a iniciativa de compreender o significado da disseminação dos grampos. Mas tal entendimento não havia ainda se apresentado à cena, a despeito das várias denúncias (inclusive do próprio presidente do Supremo) sobre a propagação da invasão de privacidade da capital da República.

    Apareceu apenas quando a situação foi traduzida para o idioma de Lula, um ás na distinção entre o que pode lhe render benefícios ou lhe causar prejuízos políticos no exercício do poder."
A medida de Lula de afastar (provisoriamente) a cúpula da ABIN e a investigação levada a cabo pela PF (sob o comando do Ministro Tarso Genro) não são provas de "transparência".

São, pelo contrário, sinais da obscuridade repetida que envolve a apuração dos crimes do lulo-petismo, enquanto as instituições do Estado de Direito vão sendo irremediavelmente minadas.

A ditadura "transparente" de Lula e de seu partido estão no horizonte obscuro do Brasil. Este foi mais um passo.

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2 comentários:

Anônimo disse...

É a Gestapo do Lula em ação.

Anônimo disse...

Na Alemanha nazista, em que um bando de celerados, corroeu a ordem democrática desde dentro,advindo o Mal Lógico praticado em total inteireza.
Peixe pequeno obtendo material para peixe grande. Sem lógica, espionar por espionar, se informações seriam "úteis" ao chefe maior, seja ele, ministro ou presidente, imbuídos de propósitos inconfessos.
Gravíssimo, porque constata-se que praticam-se essas ilegalidade das escutas em larga escala, desde que Lula ascendeu ao poder.
Sintomático. Quadros dos mais funestos. O desafio de lutar pela democracia faz-se presente à todos os brasileiros. Necessário esclarecer e concluir de modo diferente de outros escândalos que foram abafados, desdenhados, ao ponto de Lula ousar dizer num discurso palanqueiro que o mensalão foi mera intriga de seus inimigos rancorosos.
Agora Lula surta e deslumbra-se com o pré-sal e vislumbra destinar os recursos oriundos dali, para tal área, a educação. Demagógico, não? Quer dizer que ele estará na área quando executarem o aproveitamento dessa riqueza brasileira? Parece que sim.
Dias sombrios.