Obama e a "mudança"
Dei a este blog o nome de Radar da Mídia. Um nome que transmite a idéia de detectar nela notícias relevantes, comentários oportunos, tendências marcantes.
Confesso que este Radar também detecta muitas vezes na mídia fatos e posturas surpreendentes.
Distorções, inverdades, contradições
Para dar um exemplo, bem recente. Não entendo como órgãos de imprensa - tidos como sérios - continuam a repetir que o PT foi o grande vitorioso das recentes eleições municipais, quando tal afirmação contraria a evidência mais elementar dos números e da realidade eleitoral (leia abaixo Eleições 2008: dogma virtual).
Há certas distorções, inverdades, silêncios, contradições que surpreendem, sobretudo em órgãos que se pretendem imparciais.
Histeria
O mais gritante exemplo, nos últimos tempos, é a verdadeira histeria pró-Obama que tomou conta da mídia, quase no seu todo.
Uma histeria tão desproporcionada que parece encerrar em si alguma coisa não revelada. Afinal qual a razão de tanta torcida?
A histeria tem sido de tal monta que, há pouco, obrigou o vetusto "O Estado de S. Paulo" a um vexame jornalístico.
Um titular na primeira página anunciava a derrota de Sarah Palin no debate dos candidatos a vice. No dia seguinte um novo título, na primeira página, afirmando que Sarah Palin tinha ido muito bem no debate. Uma reviravolta.
Fiquei com a sensação de um título (o primeiro) produzido de antemão, antes da própria realização do debate.
Mudança: um slogan mágico
Agora um novo fato, pela contradição que encerra, é característico desse histerismo da mídia.
A frenética campanha pró-Obama tem insistido muito em que o candidato democrata é o homem da "mudança". Uma "mudança" que nem ele, nem ninguém define muito bem, mas que se tornou quase um slogan mágico.
Obama traria a renovação aos Estados Unidos. Seria a resposta às tão "desastrosas" políticas do Presidente Bush, com alvo preferencial na guerra do Iraque que, contra toda a evidência, a mídia continua a qualificar como perdida.
Apoio de Colin Powell
O Senador do Illinois, Barack Obama, acaba de receber o apoio de Colin Powell, ex-Secretário de Estado e uma das mais importantes figuras do primeiro governo Bush. O candidato democrata já promete um lugar no seu governo ao novo adesista.
O general Colin Powell, foi exatamente uma das bête-noire da guerra do Iraque (que Obama condenou), o homem que na ONU defendeu a invasão do país, com base em dados de inteligência que comprovariam a existência de armas de destruição em massa.
Curiosa a "mudança" que Obama promete. Recebe, como decisivo, o apoio de uma das figuras de proa do governo que ele critica e de um artífices do lance de política externa que ele mais atacou.
Curiosa também a "mudança" da mídia.
Colin Powell, atacado outrora sem piedade, passou agora a ser o "general que dirigiu com glória a primeira guerra do Golfo", "um militar laureado", "um influente político conservador" (até conservador passa a ser bonito!).
O que diria a mídia se Colin Powell tivesse dado seu apoio a John McCain?
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terça-feira, 21 de outubro de 2008
Obama e a "mudança"
Postado por J. Sepúlveda às 11:23:00 Marcadores: Barack Obama, Colin Powell, Eleições americanas, John McCain, Sarah Palin
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4 comentários:
Boa noite
Não é de hoje que a mídia, quase em sua totalidade pende tendenciosamente para o Obama. Curioso que quem tem mais experiência, elaborou projetos, foi à guerra, etc, é colocado como retrógrado e outras coisas mais.
O interessante é que a maioria das pessoas que torcem por Obama, não tem consistência argumentativa, ficando em mero elemento popular, ou porque ele é do bem, ou o primeiro afro-americano a tornar-se presidente dos E.U.A, ou ainda, os artistas estão do lado dele(grande coisa) e mais nada.
Saudações
Simone Serrou
Para mim o Radar da Mídia está se transformando no meu Manual Anti-Desinformação.
Parabéns pelos comentários. Sempre, a meu ver, irrefutáveis.
Infelizmente o Mundo é um "sistema" k a Sociedade deixa-se "levar" pelo mm "sistema".
Obama fará os mm "milagres" que Buch...
Abraço,
Olga
Prezado Editor do RDM,
O Colin Powell tirou o dele da reta quando foi cogitado para ser candidato a presidência dos EUA. Porquê? Por que temia ser assassinado. Simplesmente por ser negro.
O Obama - que, embora seja, não é negro, mas afro-americano - não passa de um "fogueteiro".
É, sob todos os aspectos, inconfiável. Mas tem um mérito: o destemor de ser assassinado.
É o maior cabo eleitoral do Joe Binden, o futuro presidente.
O povo americano, se eleger o muslin, vai dar uma de terceiro-mundista.
E o que é pior, sem o assistencialismo das bolsas-esmolas.
Menos mal, porque vai permitir o acesso de seu vice, este sim que deveria, logo de início, ser o candidato dos Democratas
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