Já não causa estranheza a ninguém a desenvoltura com que o Presidente venezuelano, Hugo Chávez, se intromete na política interna de outros países latino-americanos.
O caso hondurenho
Honduras foi talvez dos casos mais paradigmáticos, com a tentativa protagonizada por Manuel Zelaya de alterar a Constituição do país e perpetuar-se no poder, com o apoio explícito do caudilho venezuelano.
Impedido pelos poderes hondurenhos de prosseguir seu golpe, Zelaya tentou convulsionar o país, articulando hordas de movimentos sociais, orientados de fora por Chávez, e se alojou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, transformada em quartel-general de sua tentativa de insurreição, com o beneplácito solícito do governo Lula.
Os jornais noticiam agora que Hugo Chávez se encontrou novamente com Zelaya e que este último foi a Cuba. Que nova surpresa estarão preparando?
Argentina, Bolívia, Equador
Na Argentina a interferência do presidente venezuelano tem sido aberta e envolveu até financiamento, por meios escusos, da campanha eleitoral da atual presidente argentina, Cristina Kirchner.
A Bolívia a bem dizer tornou-se um protetorado de Hugo Chávez. Evo Morales, o presidente boliviano, desloca-se em aeronaves militares venezuelanas. Agentes da petrolífera venezuelana estiveram envolvidos no assalto às instalações da Petrobrás, que Lula definiu como um ato de soberania (!) da Bolívia. E Chávez ameaça até militarmente todo e qualquer um que, a seu ver, “desestabilize” o governo de Morales.
O Equador é outro país cujo presidente, Rafael Correa, segue a cartilha chavista e está sempre pronto a alinhar-se às aventuras e interesses do caudilho venezuelano.
Nicarágua, Peru, Paraguai
Poderia aqui falar da Nicarágua, onde Daniel Ortega tenta consumar um golpe constitucional e lança nas ruas suas turbas dos movimentos sociais (chavistas) para cercar e atacar o Congresso, onde a oposição lhe faz frente.
Poderia ainda mencionar o Peru, o Paraguai – países nos quais Chávez tentou interferir de algum modo no processo político – e a lista não estaria completa.
Na Colômbia a defesa das FARC
No momento, Hugo Chávez interfere de maneira totalmente desabrida no processo eleitoral colombiano, cujo primeiro turno da eleição presidencial ocorre no final deste mês.
Além de acusar de “mafioso” a Juan Manuel Santos, o candidato apoiado por Álvaro Uribe e ex-ministro da Defesa, Chávez lançou uma advertência aos colombianos de que a eleição de Santos manteria a turbulência na região e poderia levar a um conflito entre os dois países. Tudo para defender a sobrevivência das FARC, o grupo narco-terrorista que hoje tem no território venezuelano um verdadeiro santuário.
Onde está a “púdica” Unasul, criação da diplomacia lulo-petista, tão “ciosa” da soberania equatoriana “violada”, quando o exército colombiano, numa operação espetacular, eliminou um dos principais cabecilhas das FARC, Raul Reyes, que se resguardava atrás das linhas fronteiriças, para dali organizar ataques à Colômbia?
Onde está o Presidente Lula, um dos “homens mais influentes do mundo”, segundo a revista Time, para se insurgir contra esta ingerência descabida de Chávez em assuntos internos da Colômbia?
Ninguém ouviu nem ouvirá o Presidente Lula dizer nada.
Nem o Brasil escapa
Mais ainda, Lula permite que Chávez faça o mesmo no Brasil e aproveita a ocasião para elogiar o mandatário venezuelano, menosprezando sua entranhada relação com a ditadura castrista, seu apoio às FARC e a outros grupos terroristas, a perseguição que move a opositores e à imprensa não alinhada com sua ideologia.
Hugo Chávez esteve novamente no Brasil, há cerca de três semanas, e em entrevista declarou seu apoio à candidata de Lula e do PT: “Meu coração está com Dilma. Mando um beijo para você, Dilma”.
A leniência de Lula com a interferência de Chávez no processo eleitoral brasileiro, bem como os elogios feitos ao caudilho venezuelano, indicam insofismavelmente um caminho e uma meta.
Terceiro mandato chavista
Muitos afirmam com ênfase que Lula demonstrou magnanimidade de estadista ao renunciar ao terceiro mandato. É afirmação com a qual não concordo e que, a meu ver, não tem base nos fatos. O Presidente tentou por mais de uma vez, sobretudo através de aliados, lançar o balão do terceiro mandato, mas de todas as vezes esbarrou em uma vigorosa reação de setores da sociedade que o impediram de concretizar seu desígnio, tão ao gosto do chavismo imperante em outros países.
Na impossibilidade de um terceiro mandato, Lula aposta na candidata Dilma Rousseff, uma voluntariosa imposição sua ao PT. E a eventual vitória de Dilma funcionaria como um terceiro mandato oblíquo, cujos contornos chavistas se vão delineando. O PNDH3 é o roteiro. Por isso Hugo Chávez não hesita em dizer que seu coração está com Dilma.
Repito, a interferência do venezuelano no processo político brasileiro é uma afronta, mas também um sinal do tipo de esperança que Chávez e Lula depositam na possível vitória de Dilma Rousseff.
Chavismo cordial
Há dias, Arnaldo Jabor, em sua coluna semanal em O Globo (4.maio.2010) apontou esta meta. O título é significativo, o autor insuspeito: “O chavismo cordial”. São trechos deste artigo que hoje compartilho com os que acompanham o Radar da Mídia.
O caso hondurenho
Honduras foi talvez dos casos mais paradigmáticos, com a tentativa protagonizada por Manuel Zelaya de alterar a Constituição do país e perpetuar-se no poder, com o apoio explícito do caudilho venezuelano.
Impedido pelos poderes hondurenhos de prosseguir seu golpe, Zelaya tentou convulsionar o país, articulando hordas de movimentos sociais, orientados de fora por Chávez, e se alojou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, transformada em quartel-general de sua tentativa de insurreição, com o beneplácito solícito do governo Lula.
Os jornais noticiam agora que Hugo Chávez se encontrou novamente com Zelaya e que este último foi a Cuba. Que nova surpresa estarão preparando?
Argentina, Bolívia, Equador
Na Argentina a interferência do presidente venezuelano tem sido aberta e envolveu até financiamento, por meios escusos, da campanha eleitoral da atual presidente argentina, Cristina Kirchner.
A Bolívia a bem dizer tornou-se um protetorado de Hugo Chávez. Evo Morales, o presidente boliviano, desloca-se em aeronaves militares venezuelanas. Agentes da petrolífera venezuelana estiveram envolvidos no assalto às instalações da Petrobrás, que Lula definiu como um ato de soberania (!) da Bolívia. E Chávez ameaça até militarmente todo e qualquer um que, a seu ver, “desestabilize” o governo de Morales.
O Equador é outro país cujo presidente, Rafael Correa, segue a cartilha chavista e está sempre pronto a alinhar-se às aventuras e interesses do caudilho venezuelano.
Nicarágua, Peru, Paraguai
Poderia aqui falar da Nicarágua, onde Daniel Ortega tenta consumar um golpe constitucional e lança nas ruas suas turbas dos movimentos sociais (chavistas) para cercar e atacar o Congresso, onde a oposição lhe faz frente.
Poderia ainda mencionar o Peru, o Paraguai – países nos quais Chávez tentou interferir de algum modo no processo político – e a lista não estaria completa.
Na Colômbia a defesa das FARC
No momento, Hugo Chávez interfere de maneira totalmente desabrida no processo eleitoral colombiano, cujo primeiro turno da eleição presidencial ocorre no final deste mês.
Além de acusar de “mafioso” a Juan Manuel Santos, o candidato apoiado por Álvaro Uribe e ex-ministro da Defesa, Chávez lançou uma advertência aos colombianos de que a eleição de Santos manteria a turbulência na região e poderia levar a um conflito entre os dois países. Tudo para defender a sobrevivência das FARC, o grupo narco-terrorista que hoje tem no território venezuelano um verdadeiro santuário.
Onde está a “púdica” Unasul, criação da diplomacia lulo-petista, tão “ciosa” da soberania equatoriana “violada”, quando o exército colombiano, numa operação espetacular, eliminou um dos principais cabecilhas das FARC, Raul Reyes, que se resguardava atrás das linhas fronteiriças, para dali organizar ataques à Colômbia?
Onde está o Presidente Lula, um dos “homens mais influentes do mundo”, segundo a revista Time, para se insurgir contra esta ingerência descabida de Chávez em assuntos internos da Colômbia?
Ninguém ouviu nem ouvirá o Presidente Lula dizer nada.
Nem o Brasil escapa
Mais ainda, Lula permite que Chávez faça o mesmo no Brasil e aproveita a ocasião para elogiar o mandatário venezuelano, menosprezando sua entranhada relação com a ditadura castrista, seu apoio às FARC e a outros grupos terroristas, a perseguição que move a opositores e à imprensa não alinhada com sua ideologia.
Hugo Chávez esteve novamente no Brasil, há cerca de três semanas, e em entrevista declarou seu apoio à candidata de Lula e do PT: “Meu coração está com Dilma. Mando um beijo para você, Dilma”.
A leniência de Lula com a interferência de Chávez no processo eleitoral brasileiro, bem como os elogios feitos ao caudilho venezuelano, indicam insofismavelmente um caminho e uma meta.
Terceiro mandato chavista
Muitos afirmam com ênfase que Lula demonstrou magnanimidade de estadista ao renunciar ao terceiro mandato. É afirmação com a qual não concordo e que, a meu ver, não tem base nos fatos. O Presidente tentou por mais de uma vez, sobretudo através de aliados, lançar o balão do terceiro mandato, mas de todas as vezes esbarrou em uma vigorosa reação de setores da sociedade que o impediram de concretizar seu desígnio, tão ao gosto do chavismo imperante em outros países.
Na impossibilidade de um terceiro mandato, Lula aposta na candidata Dilma Rousseff, uma voluntariosa imposição sua ao PT. E a eventual vitória de Dilma funcionaria como um terceiro mandato oblíquo, cujos contornos chavistas se vão delineando. O PNDH3 é o roteiro. Por isso Hugo Chávez não hesita em dizer que seu coração está com Dilma.
Repito, a interferência do venezuelano no processo político brasileiro é uma afronta, mas também um sinal do tipo de esperança que Chávez e Lula depositam na possível vitória de Dilma Rousseff.
Chavismo cordial
Há dias, Arnaldo Jabor, em sua coluna semanal em O Globo (4.maio.2010) apontou esta meta. O título é significativo, o autor insuspeito: “O chavismo cordial”. São trechos deste artigo que hoje compartilho com os que acompanham o Radar da Mídia.
- "Dilma Rousseff tem de ser ela mesma. Seu duro passado de militância política lhe deixou um viés de rancor e vingança, justificáveis. Ela tem todo o direito de ser uma típica "tarefeira" da VAR-Palmares, em via de realizar o sonho de sua juventude, se eleita. Ela tende para a estatização da economia, restos de sua formação leninista; ela tem o direito de ser irritadiça, pois o País é irritante mesmo. Seus olhos fuzilam certezas sobre como consertar a pátria amada. Ela pode achar que democracia é "papo para enrolar as massas", ela pode desconfiar dos capitalistas e empresários, ela pode viver gostosamente a volúpia do poder que conquistou, ela pode ignorar a queda do Muro de Berlim, o fim da guerra fria, ela pode amar o Lula, seu símbolo do operário mágico que encarnou na prática a vazia utopia do populismo "revolucionário". Ela pode tudo, mas tem de assumir sua personalidade.
Meu Deus, como eu entendo a cabeça da Dilma, mesmo sem conhecê-la pessoalmente... Conheci muitas "Dilmas" na minha juventude, quando participei da fé revolucionária de nossa geração. Para as "Dilmas" e "Dirceus" do passado, a democracia é uma instituição "burguesa" (Lenin: "É verdade que a liberdade é preciosa; tão preciosa que precisa ser racionada cuidadosamente"). (...) Nós éramos os fiéis de uma "fé científica", uma espécie de religião da razão praxista, que salvaria o mundo pelo puro desejo político - éramos o "sal da terra", os "sujeitos da história". (...)
Essa frente unida do autodeslumbramento de Lula com a massa sindicalista pelega quer transformá-la em uma "Dilma" que não existe. Uma nova pessoa, um clone dela mesma. Isto é muito louco. (...)
A finalidade da faxina que marqueteiros e "pt-psicólogos" fazem na moça é esta: criar alguém que não existe e que nos engane, alguém que pareça o que não é. Afinal, que querem esconder? Querem uma reedição "Dilminha paz e amor"? (...) Dilma é uma loba em pele de cordeiro?
Isso é grave. O PT não se envergonha de criar uma pessoa artificialmente fabricada em quem devemos votar? Será que seguem ainda a máxima de Lenin: "Uma mentira contada mil vezes vira uma verdade"?
Querem que ela seja uma sorridente "democrata", uma porta colorida para a invasão da manada de bolchevistas que planejam mudar o País para trás, na contramão da tendência da economia global. Eu os conheço bem... A crescente complexidade da situação mundial na economia e na política os faz desejar um simplismo voluntarista que rima bem com o fundamentalismo islâmico ou com a boçalidade totalitária dos fascistas (...).
Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não. O grave é que tramam uma mudança radical na estrutura do governo, uma mutação dentro do Estado democrático. Vamos viver um pleito pretensamente "revolucionário", a tentativa de um Gramsci vulgar (filósofo que dizia que os comunistas devem se infiltrar na democracia para mudá-la). (...)
Não esqueçamos que o PT combateu o Plano Real até no STF, como fez com a Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como não assinou a Constituição de 88. Esse é o PT que quer ficar na era pós-Lula. (...)
Depois desse "bonapartismo cordial" que o Lula representou até com galhardia, se apropriando da "herança bendita" de FHC, pode haver o início de uma nova fase: o "chavismo cordial". "
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Um comentário:
Caro Sepúlveda.
Ainda é tempo de conscientizar mais brasileiros, cada vez mais, sobre a importância de execrar, sim, exatamente, a candidata petista.
O sr. fez uma síntese claríssima, sobre Honduras, demolidora da retórica demagógica do Itamaraty e de alguns "jornalistas" coniventes, cooperantes, ideológicos, a prescrever um engôdo geral aos mais ingnaros.
Merece atenção a América do Sul, e o que restou do que não foi contaminado pelo bolivarianismo. O trio: Argentina, Bolívia e Equador,seguem infestados, comprometidos em alguns graus com o Chavismo.
Mais três: Nicarágua, Peru e Paraguai, inclusos na lista de bom grado, contaminados pelos vírus do venezuelano mor. E a lista está inconclusa? Valha-me Deus! Tomara que comece a haver baixas nessas simbioses espúrias.
E a Colômbia a lutar contra o imiscuir-se da Venezuela, além de ter que lidar com as Farc e a aquiescência e apoio de Chaves aos narco-guerrilheiros.
E Chaves vem ao Brasil e declara "amor" à candidata fabricada de Lula. Está claro o perfil psicológico dessa candidata a presidente do nosso país. Quem tem olhos para ver que veja e quem tem ouvidos para ouvir que ouça.
Saudações e parabéns por mais essa análise verdadeira e coerente com os fatos.
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