quinta-feira, 13 de abril de 2017

Tradição viva que reflete a dor da Paixão

Tradição viva que reflete a dor da Paixão


Pode-se afirmar, sem exagero, que um dos slogans de nossos dias, repetido à saciedade, é que o “hábito não faz o monge”.

Repetido com “autoridade” por aqueles mesmos que se vergam facilmente à ditadura da moda, tal slogan contém em si uma distorção. É claro que o homem não se torna monge pelo simples uso do hábito. Mas os costumes sociais sempre consagraram certos trajes como característicos de profissões, estados de vida, ou expressões de alma e o seu uso, além de uma expressão externa do espírito, ajuda o homem a viver coerente e perfeitamente aquilo a que se propõe.


Tradição que assinala a Paixão de Cristo
Mulheres revestidas de longas mantilhas negras revivem nesta Quinta-feira Santa, em Sevilha, uma tradição que assinala a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e que antecipa a grande jornada da Semana Santa na cidade, conhecida como “la Madrugá”, quando saem às ruas em procissão as confrarias das dezenas e dezenas de Irmandades.

A mantilha, cuja origem é imprecisa, é uma veste tipicamente espanhola, que se generalizou no século XIX e que se usa em sinal de luto e em comemoração pela Paixão e Morte de Cristo.


Manter e conservar a tradição
As mulheres vestem-se com vestidos e meias negras, mantilhas, peinetas e luvas da mesma côr e portam rosários nas mãos. Os homens, por seu turno, vestem-se com ternos e gravatas escuras; percorrem junto as igrejas nas quais se encontram os “monumentos” e as imagens das treze confrarias que sairão em procissão entre a Quinta e a Sexta-feira Santas.

É o modo piedoso de recordar que a Paixão de Cristo, após a Última Ceia, antes de ser preso e julgado perante Caifás como consequência da traição de Judas. A tradição da mantilha é preciso mantê-la e conservá-la, diz uma jovem andaluza de 23 anos, que anseia pelo momento de envergá-la e participar das solenidades com sua família.


Contrastes
O jornal ABC de Madrid destaca que, nas ruas centrais de Sevilha, é nestes dias da Semana Santa que aumenta o contraste entre as gentes da terra e os forasteiros. Os primeiros, enlutados, com suas melhores galas, enquanto os segundos envergam bermudas, camisetas e chinelos, observando atónitos a solenidade das mantilhas negras das mulheres. O “hábito não faz o monge”, mas ajuda-o a viver e portar-se segundo suas convicções e princípios.

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