quinta-feira, 20 de setembro de 2007

As cínicas razões do Ministro da Educação

Em entrevista ao jornal O Globo (20.set.2007), o ministro da Educação Fernando Haddad, usa e abusa da hipocrisia para esquivar-se da polêmica gerada a propósito do livro "Nova História Crítica - 8ª série" e, no fundo, justificar a obra.

A apologia da Revolução Cultural chinesa (responsável pela morte de milhões de pessoas, dado habilmente ocultado no livro), é considerada pelo Ministro como uma forma de despertar o interesse crítico dos alunos. O interesse crítico dos jovens alunos, para o Ministro, é pois despertado por uma doutrinação cerradamente anti-capitalista, pró Revolução Cultural, e ainda facciosa por sua omissão de fatos históricos.

Na entrevista, o Ministro Haddad utiliza ainda, para qualificar os regimes soviético e chinês (elogiados na obra), o diletante termo de "despotismos modernos". Ressalta que essa é sua opinião pessoal. Entretanto, foge à questão. Ninguém ou quase ninguém está interessado em saber a posição pessoal do ministro. Está, isso sim, preocupada que jovens tenham um ensino instrumentalizado de tal forma que só lhes seja dado a conhecer (e com facciosismo) um lado da moeda, num exercício deslavado de doutrinação . Sobre isto, que é o tema em questão, o Ministro se omite.


  • "O Globo O senhor já escreveu livros sobre questões abordadas no livro "Nova História Crítica - 8ª série". Como avalia os trechos que dizem que Mao Tsé-tung foi um grande estadista e que as propostas da Revolução Cultural chinesa eram discutidas animadamente?

    HADDAD (ri antes de responder): Sou francamente favorável a que se discuta criticamente todo assunto relativo à história dos povos. Os livros didáticos têm que despertar interesse crítico dos alunos. ....

    O papel do professor é submeter os estudantes a essas provocações para despertar o seu interesse. No caso específico do sistema soviético, eu escrevi um livro sobre o assunto e tenho uma visão inteiramente crítica sobre aquele processo. Defini aquele regime, tanto o soviético quanto o chinês, como despotismos modernos. Com a contradição que o próprio termo revela. É uma posição pessoal minha. Há pessoas que pensam diferente. Aliás, quase todas as pessoas pensam diferente. Essa caracterização do sistema soviético e chinês desagrada, de um lado, a stalinistas e maoístas e, de outro, a neoliberais".

Um comentário:

Aluizio Amorim disse...

Salve, Sepúlveda:

agradeço a visita ao meu blog e estou aqui pela primeira vez. Vejo que seu blog tem qualidade. Meus cumprimentos. Vamos ficar em contato.
Grande abraço do

Aluízio Amorim