A euforia do etanol enquanto energia alternativa tomou conta de muita gente, e com razão. O Brasil apareceu no cenário mundial como detentor de uma tecnologia de ponta, e com uma capacidade de produção, que pode alterar definitivamente a primazia exercida pelos combustíveis derivados do petróleo.
O governo norte-americano, com a visita do próprio presidente Bush, reconheceu a importância assumida pelo Brasil. Importância que, reconhecidamente, o País alcançou pelo dinamismo da iniciativa privada.
Lula fez declarações bombásticas, querendo aproveitar a onda, a fim de carrear para seu governo o prestígio alcançado pelo Brasil. Dava a entender ter sido ele o responsável pelo destaque no Brasil no campo do etanol.
Mas, uma vez mais, Lula demonstrou que possui dois discursos. Enquanto, oficialmente, parece dar incentivo à prosperidade do Brasil e reconhecer o papel fundamental da iniciativa privada, nos bastidores trabalha pela forte estatização das atividades econômicas, prejudicando a fundo as perspectivas que se abrem para o País com a produção de etanol.
A revista Época (3.set.07), em matéria assinada por Alexa Salomão e Murilo Ramos e intitulada Vem aí a Alcoolbras?, faz um importante alerta:
- "O governo Luiz Inácio Lula da Silva já demonstrou em diversas ocasiões que é favorável ao aumento da participação do Estado na Economia. Na área de energia elétrica, o atual governo alterou as regras do jogo, para ampliar o controle público sobre a construção de novas hidrelétricas. No setor de telefonia, hoje totalmente privatizado, tem defendido a criação de uma operadora nacional a partir de uma fusão entre a Brasil Telecom e a Oi - com a participação do Estado. ....
Agora, a atenção do governo voltou-se para um novo segmento - o álcool combustível. Está em gestação na Casa Civil, sob o comando da ministra Dilma Rousseff, um projeto de lei que cria regras para o setor. A proposta, ainda em discussão, é um pacto intervencionista como havia muito não era visto no país.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) ganharia poderes para controlar os estoques privados de álcool. A Petrobras passaria a ser o principal exportador do setor. Paralelamente, o governo também planeja criar um zoneamento para o cultivo da cana-de-açúcar, restrigindo áreas para o plantio. ....
Além disso, em caso de risco de desabastecimento do mercado interno, o álcool das usinas poderia ser confiscado".
Nenhum comentário:
Postar um comentário