Conivência com ditaduras
Como relatei no post logo abaixo, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu considerações sobre a diplomacia desenvolvida por seu governo. Uma vez mais defendeu a idéia de que ele é o marco zero de nossa história nacional.
As palavras do presidente, sempre marcadas por um tom populista de auto-louvação, insistiram na idéia de que o Brasil, até sua ascenção ao poder, era um país intelectual e diplomaticamente colonizado, apesar de sua independência em 1822.
Lula insistiu que o Brasil tinha, em matéria diplomática, grande subordinação a uma orientação americana e europeia. E que só agora o País ganhou a dimensão verdadeira de sua política externa, com independência e altivez.
Palavras que não combinam com fatos
As palavras de Lula, como sempre, têm uma tradução nos fatos bem diversa do discurso demagógico. Curiosamente o que tem marcado a diplomacia lulista é um antiamericanismo retrógrado, característico de certas esquerdas, elas sim intelectualmente colonizadas pelas ideologias do atraso.
Além disso, chama a atenção como tal diplomacia "não colonizada" tem sido conivente com ditaduras. Enquanto seu antiamericanismo é "altivo" e "pró ativo", a cumplicidade com regimes que violam as liberdades fundamentais ou os tão apregoados "direitos humanos" chama a atenção. Cuba, Venezuela, Síria, mais recentemente o Irã, são alguns dos exemplos.
Mas há mais. A diplomacia lulista reconheceu à China, por mero comprometimento político-ideológico, a condição de economia de mercardo, o que ela não é. Tal reconhecimento trouxe prejuízos palpáveis a empresas brasileiras.
É bom recordar ainda que o PT assinou um acordo estratégico de colaboração com o PC chinês e que o Brasil faz vistas grossas para as atitudes totalitárias do regime, como por exemplo as perseguições religiosas.
Silêncio cúmplice
Agora muitas nações, algumas delas grandes potências, pedem o fim da ditadura em Mianmar (a antiga Birmânia). Seria a hora da diplomacia lulista mostrar sua "altivez" e seu papel de destaque no panorama internacional. Mas como o regime despótico de Mianmar é acobertado e apoiado pela China, Lula e o Itamaraty se calam. Ao contrário do que o Presidente afirma, a política externa brasileira está intelectualmente colonizada... por ideologias retrógradas.
O jornalista Cláudio Humberto, publicou na Folha de Londrina (7.out.2007), uma elucidativa nota, Brasil se omite em Mianmar:
- "Parceiro da China, de onde importa badulaques variados, o Brasil mantém-se calado diante da ditadura em Mianmar, antiga Birmânia, seguindo a orientação chinesa na ONU de não impor sanções ao regime que influencia. FHC aproveitou a omissão para assinar com vinte ex-líderes mundiais um documento pressionando a China a forçar o diálogo da junta militar com a oposição e libertar o dissidente Aung San Suu Kyi, preso há 18 anos".
2 comentários:
Que bom.... agora o Presidente se deixa orientar pela Venezuela e por Cuba!
A "submissão" que ele nega aos norte-americanos e europeus, concede a Cuba, Venezuela, Bolívia, China, Síria, Irã, etc.
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