Ditadura chinesa, inspiração para o PT
Muito se tem falado do grande e até desmedido crescimento econômico chinês, o qual deslumbra a tanta gente. É infindável o número dos que se referem a ele como a "conversão" do regime comunista ao êxito do capitalismo.
Muito se diz (e se repete) a respeito dessa "conversão", mas a precisão do que se conhece é relativa. Entre os especialistas em economia, cresce o número de críticos ao modelo de crescimento chinês. Mais ainda, muitos desses especialistas publicam artigos e livros, de grande repercussão, que desmitificam o mencionado crescimento econômico e atestam que a China não se transformou numa economia de mercado.
Não à pluralidade política
Quando se fala do crescimento econômico da China, deixa-se de lado, na maior parte das vezes, um aspecto fundamental. O regime de "sucesso" continua a ser uma ditadura do Partido único (o Partido Comunista) sobre o país.
Nestes dias, o Partido Comunista da China realiza mais um Congresso qüinquenal (o 17º). A expectativa era grande. Esperava-se um anúncio de abertura política, condizente com a abertura econômica que tanto se apregoa. Entretanto, com uma linguagem na qual não está ausente a escamoteação e o cinismo, os líderes chineses reafirmam o seu propósito de manter o regime ditatorial no país, a chamada "democracia socialista".
Precisamente no momento em que se tornam mais freqüentes os protestos no país contra as condições inumanas de trabalho, contra as injustiças de organização social e contras os desmandos dos chefes locais do PC chinês.
PT quer aprender com PC chinês
É curioso observar como o PT, que tanto fala em "democracia" e se ufana de ter lutado contra a "ditadura", trava uma aliança estratégica com o Partido Comunista chinês. Partido que escraviza a China sob uma ditadura comunista, em que opositores são sumariamente eliminados. (Há dias a imprensa internacional, inclusive o jornal oficioso do Vaticano, noticiou o bárabaro assassinato, por autoridades policiais chinesas, de mais um Bispo católico opositor do regime).
Convém relembrar que, após o 3º Congresso do PT, realizado há pouco, uma delegação de destacados líderes do partido, incluindo seu presidente, Ricardo Berzoini, empreenderam uma visita à China.
Durante a visita, considerada "estratégica" pelos petistas, estes discutiram com os líderes comunistas chineses a situação internacional, a política externa dos governos e dos partidos (!), e estudaram os métodos de propaganda com o Ministro do Departamento de propaganda do Comitê Central. Enfim, segundo palavras de um dos integrantes da delegação petista, se propuseram a aprender com o Partido Comunista da China.
Afinal, o que o PT quer aprender com o Partido Comunista da China? Será a ditadura do partido único e a permanência indefinida no poder? É muito estranha a cordialidade do PT e da diplomacia do governo Lula com regimes ditatoriais. A China é mais um caso.
A "casta" ideológica que subjuga a China
O jornal Folha de S. Paulo (15.out.2007), em matéria assinada pela enviada especial a Pequim, Cláudia Trevisan (China descarta "modelo do Ocidente"), esclarece a respeito da manutenção do regime totalitário pelos líderes chineses e da "casta" ideológica que subjuga o país:
- "O debate sobre a adoção de reformas democráticas estará fora da agenda do 17º Congresso do Partido Comunista da China, que começa hoje em Pequim e termina no próximo domingo. "Nunca iremos copiar o modelo de sistema político ocidental", afirmou ontem o porta-voz do encontro, Li Dongsheng, ecoando a posição defendida pelo presidente Hu Jintao e outros líderes comunistas. ....
Diante da maior complexidade da sociedade chinesa e do aprofundamento dos conflitos sociais, o partido dá alguns passos para ampliar a chamada democracia interna, mas não tem nenhuma intenção de trilhar um caminho que leve à pluralidade política. As escolhas, controladas pela cúpula, dão-se dentro do partido e entre seus 74 milhões de filiados, uma fração do 1,3 bilhão de chineses.
Desse grupo saíram os 2.200 delegados que se reúnem a partir de hoje com a missão de eleger um novo comitê central, de cerca de 350 pessoas. Estes, por sua vez, escolherão um novo Politburo, de 25 integrantes, e um novo Comitê Permanente do Politburo, o grupo de nove pessoas que de fato manda na China".
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Um comentário:
A China é complicada, mas é comunista! Este teu artigo que está muito bem escrito deveria ser lido por diversas pessoas que se iludem com o PC do B, por exemplo!
Aqui em Porto Alegre, o PC do B ctem uma candidata a prefeita com chances reais de ganhar, o que eu considero um absurdo! Queria ver o plano de governo do partido comunista brasileiro!!
beijo
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