O presidente Lula voltou a brindar-nos com uma pérola: para ele "choque de gestão é contratar mais gente". Aí está de novo a defesa do inchaço da máquina pública, da economia estatal como ideal a ser perseguido.
Suas afirmações, ao inaugurar a unidade de produção de vacinas na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, foram gratuitas. É preciso deixar de lado "a mania de achar que contratar gente é inchaço da máquina". Não é "mania de achar", é inchaço mesmo!
E prosseguiu: "Passam para a sociedade a idéia de que é possível fazer um choque de gestão diminuindo o número de pessoas que trabalham". Não se trata de diminuir o número de pessoas que trabalham, é diminuir o Estado inoperante, burocrático e tantas vezes corrupto (Ver abaixo o post Marchas em sentido inverso).
Aí estão ao alcance de todos as provas das privatizações que trouxeram claras vantagens para a sociedade, que só os adeptos do atraso contestam. Em contraste com a economia estatal, em que se aparelham com dirigentes partidários as direções de empresas. Lembre-se, nestes dias, o escandaloso loteamento de cargos na Petrobrás.
Essa e outras afirmações recentes do presidente Lula levaram a conhecida comentarista política, Dora Kramer, a escrever em seu artigo Só no chinelinho, no jornal O Estado de S. Paulo (2.out.2007):
- "Em poucos dias, o presidente Lula reafirmou algumas convicções que podem ser lidas tanto pela ótica do equívoco quanto pela lógica do atraso.
No campo dos equívocos, está a afirmação de que “há um dogma” quanto à exigência de diploma universitário para o exercício da Presidência da República.
Não há. O que há é o pressuposto de que formação educacional deve ser um objetivo de todos e um imperativo para quem, como ele, dispõe de condições materiais fartas.
No terreno do atraso, Lula produziu duas assertivas erráticas. A primeira desqualifica o valor dos princípios (por ele qualificados de forma pejorativa como “principismo”), aos quais só se deve aderir enquanto se é oposição.
Por esse ângulo de visão, entre as responsabilidades de um governante estaria o abandono dos princípios e, portanto, a adesão aos fins que justificam quaisquer meios para alcançá-los.
A segunda assertiva, feita ontem - “é preciso parar com a mania de que contratar mais gente para trabalhar para o Estado brasileiro é inchaço da máquina” -, consagra o empreguismo e o gigantismo como metas e marcas de eficiência na gestão.
Junte-se a isso a celebração do fisiologismo como norma “culta” do governo de coalizão e teremos o que se pode chamar de um legítimo salto para o passado".
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