terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nos subterrâneos do poder lulista

Nos subterrâneos do poder lulista
Não está fácil, mas parece evidente o esforço para abafar o chamado escândalo dos grampos.

Para evitar a ida imediata à CPI dos Grampos, do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, Lula o "convocou" para uma viagem a Manaus e a Coari (AM).

Assim o governo espera desviar as atenções da controvérsia gerada pela afirmação do Ministro de que a ABIN comprara equipamentos para fazer escutas clandestinas, o que gerou a reação imediata do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Félix.

Cabeças sacrificadas
Na presente crise, que se vai tornando uma verdadeira viagem aos subterrâneos do poder lulista, a responsabilidade do Planalto e do governo se evidencia a cada tentativa de apagar o incêndio, ou a cada nova frente de combustão.

Pouco tempo depois do surgimento da denúncia de Veja, Lula, a contra gosto afastou - temporariamente - a cúpula da ABIN. Era, segundo ele, uma medida de "transparência".

Ao se dar conta de que a crise batia por demais à sua porta, o Presidente decidiu oferecer algumas cabeças, a fim de acalmar o Judiciário e a oposição. O espalhafato do afastamento da cúpula da ABIN foi grande e Lula, pouco depois, chegou a afirmar aos repórteres que o assunto estava resolvido.

Mas, vejam bem, a cúpula da ABIN foi demitida... e "caiu para dentro", segundo a fórmula de um bem colocado membro do governo, pois o decreto que afastou os dirigentes da Agência, determinou que estes passassem a dar expediente no Departamento de Assuntos Estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional, despachando dentro do Palácio do Planalto.

Sindicância a cargo do acusado
Durante reunião no Planalto, o general Félix, chefe imediato da ABIN, pediu sua demissão ante a afirmação do Ministro da Defesa, Nelson Jobim de que a Agência adquirira aparelhagem para escutas, que está proibida de realizar.

Lula não aceitou o pedido de demissão do general e solicitou ao mesmo uma sindicância interna na ABIN. A sindicância ficou, pois, sob a responsabilidade do general que negou a existência de aparelhos capazes de fazer escutas, existência que, entretanto, se veio a confirmar.

O mesmo general fez então circular versões estranhas de que a espionagem teria sido realizada por ordem do banqueiro Daniel Dantas e num acesso de descaso e escárnio para com a opinião pública afirmou, de modo acintoso, que a única técnica efetiva contra escutas ilegais é calar a boca. Frase própria de uma autoridade de regime totalitário.

PF participa da ilegalidade e investiga
Lula, por outro lado, convocou a Polícia Federal para investigar. Mais uma medida que aparentava seriedade na apuração do ocorrido.

Ora, os desmandos da ABIN não foram exclusivos. Tudo indica que foram realizados em conexão com a PF e boa parte na sede desta. A revista Isto É (10.set.2008) afirma que arapongas da ABIN fizeram seu trabalho de espionagem no Máscara Negra como é conhecido o edifício-sede da PF, em Brasília.

Dezenas de agentes da ABIN participaram da famosa Operação Satiagraha, da PF, a cargo do delegado Protógenes, sem requisição oficial, no âmbito da qual foram espionados 18 senadores, 26 deputados, ministros e altas autoridades do Judiciário.

Tais revelações tiram qualquer seriedade à investigação conduzida pela PF, uma vez que esta teria sido conivente com o próprio delito investigado. Foi o que bem ressaltou o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), ao afirmar que o comprometimento da PF no escândalo a desqualifica para levar a cabo um inquérito.

A culpa das espionagens ilegais é... do SNI
Mas há mais: Tarso Genro, o Ministro da Justiça, defendeu a ABIN, antes mesmo da investigação, afirmando que "a ABIN não é um antro de espiões". Mas reconheceu que a origem dela, no SNI, do antigo regime militar, pode ter feito a ABIN herdar práticas que não combinam com o Estado de Direito e a democracia.

Vejam bem, a velhacaria de Tarso Genro. O que se depreende de suas palavras é que a ABIN não é culpada (logo, Lula também não), mas que algumas de suas práticas que não combinam com o Estado de Direito e a democracia se devem ao regime militar... entenderam?

Faço notar que a própria imprensa ao destacar a hipótese de um antigo integrante do SNI ter realizado a espionagem, passa ao público a idéia de que a culpa está lá, no passado, no regime militar.

O fato é que a ABIN é subordinada ao Presidente Lula, e as práticas, que não combinam com o Estado de Direito e a democracia, nas palavras do Ministro petista, são responsabilidade do Presidente.

Além disso, como relembrei há pouco, tais práticas foram feitas em íntima ligação com a PF e dentro das instalações desta, PF comandada por Tarso Genro. A culpabilidade será igualmente do regime militar?

Operações com fins políticos
Na verdade, a liberdade com que o delegado Protógenes, em conexão com espiões da ABIN, espionou altas autoridades, alimenta as graves desconfianças de que a PF está a serviço de fins políticos. De quem? Será do regime militar... ou do lulo-petismo?

Uma outra nota da reportagem da revista Isto É bastará para esclarecer: a PF se mostrou incapaz de cumprir uma determinação do STF que mandou monitorar as conversas telefônicas do ex-secretário nacional do PTRomênio Pereira, suspeito de participar de um esquema que desviou do Orçamento da União R$ 700 milhões. Em carta dirigida ao STF, a Polícia Federal alegou não dispor de recursos técnicos para promover a escuta telefônica do petista. Entenderam?

Não nos deixemos iludir: o fato ocorreu em pleno governo Lula, num órgão de inteligência diretamente submetido a sua autoridade. Afinal, quem contratou o antigo agente do SNI? Quem lhe pediu para fazer a espionagem? Em benefício de quem: do já extinto regime militar, ou do lulo-petismo no poder?

Arsenal clandestino e explosivo
Segundo a reportagem de Isto É o delegado Protógenes tem em mãos um arsenal clandestino que destrói o governo passado, o atual e o próximo.

Vamos raciocinar um pouco. Que importância tem na cena nacional o delegado Protógenes para se municiar, assim, de informações comprometedoras? É difícil perceber. O que não é difícil perceber é que tais dados são de sumo interesse para o lulo-petismo, que, na pessoa de Tarso Genro, dirige o Ministério da Justiça.

O PT tem mostrado, no poder, sua inclinação e vocação autoritária. A espionagem generalizada nos mais altos órgãos do Poder é apenas um meio de consolidação de um projeto desta natureza.

Por todos estes motivos é que continuo a afirmar que a gravidade do presente caso supera a do Watergate. A responsabilidade de todos estes atos é do Presidente Lula, quer ele soubesse quer não.

Desnecessário será ressaltar que, se o Presidente sabia é muito grave; se não sabia é igualmente grave, pois demonstra que o desgoverno é de tais dimensões que agentes do Estado se sentem à vontade para espionar ilegalmente quem bem entendem.

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5 comentários:

Anônimo disse...

A situação é desesperadora, se ao menos tivéssemos oposição...

Anônimo disse...

Certa vez vi um documentario sobre o ditador socialista Stalin, que a russia havia chegado ao absurdo com os serviços secretos comunistas, pois Stalin, perverso como era e cercado de perversos, sabia que a qualquer momento podia ser morto por um de seus amigos mais intimos, como realmente acabou acontecendo em 1953, entao ele mandou grampear todos seus amigos, que por sua vez grampeavem uns aos outros e o serviço secreto que tambem grampeava o proprio ditador, num circulo vicioso de grampear pra todo lado. Creio eu que no Palacio do Planalto as coisas se nao estao assim, estao quase la.

Anônimo disse...

CASO CELSO DANIEL,VOCÊ SABIA?

Que a doutora Elizabete Sato, delegada que foi escalada para investigar o processo sobre o assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel, é tia de Marcelo Sato, marido da Lurian, que, apenas por coincidência, é filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ou melhor, a coincidência é que Marcelo Sato, o genro do presidente da república, é sobrinho da Delegada Elisabete
Sato, Titular do 78º DP, que demorou séculos para concluir que o caso Celso Daniel foi um "crime comum",sem motivação política.

Também apenas por coincidência, Marcelo Sato é dono de uma empresa de assessoria que presta serviços ao Besc - Banco de Santa Catarina – BESC (federalizado), no qual é dirigente Jorge Lorenzetti churrasqueiro oficial do presidente Lula e um dos petistas que o presidente chamou de "aloprado" no escândalo do dossiê contra os tucanos).

E ainda, não por coincidência, o marido de Ideli Salvatti, lider do PT no Senado, é o Presidente do BESC.

Anônimo disse...

Muy interesante entrada. Estamos en momentos críticos. Un gran saludo, Martha

osátiro disse...

Rezemos pelos católicos perseguidos no Paquistão.

Notícias de:
"Zenit O Mundo Visto de Roma":

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