As "fronteiras" bolivarianas
Todos se lembram da gritaria contra o ataque do Exército colombiano ao acampamento do terrorista-mór das FARC, Raul Reyes.
A morte de Raul Reyes parece ter atingido não apenas o coração das FARC, mas do projeto político latino-americano, levado a cabo por Hugo Chávez, Rafael Correa, Evo Morales, Daniel Ortega e coadjuvado por Lula, Cristina Kirchner.
Cumplicidade ativa com as FARC
Como um só homem, todos reclamaram contra a violação das fronteiras equatorianas. De repente as fronteiras se tornaram sagradas. E a Colômbia insistiu no óbvio: as fronteiras devem ser respeitadas, é claro. Mas elas não podem ser um paravento para abrigar terroristas.
Ou seja, o governo do Equador não poderia utilizar o princípio da inviolabilidade das fronteiras como escudo para abrigar em seu território o quartel-general do nº 2 das FARC, Raul Reyes, de onde planejava ataques contra a Colômbia, e onde propiciava treinamento de táticas terroristas a elementos de diversos países.
Afinal, quem não respeitou as fronteiras, antes de tudo, foram as próprias FARC e o governo equatoriano, cúmplice ativo dos terroristas. Para não falar da Venezuela de Hugo Chávez, outro financiador do terrorismo, acobertador das FARC e ativo colaborador das mesmas.
A "gran Colombia" e o fim das fronteiras
Nas reuniões da OEA, entre os que mais reclamaram da inviolabilidade das fronteiras, estiveram, como é óbvio, Rafael Correa, presidente do Equador, e seu mentor Hugo Chávez. Os dois compartilham com as FARC o ideal "bolivariano", que comporta a implantação do socialismo do século XXI na grande pátria bolivariana.
A grande pátria bolivariana ou "gran Colombia" supõe a eliminação das fronteiras de diversos países. Entre eles, é claro, da Colômbia, cujo governo é necessário derrubar, inclusive pela força das armas.
A diplomacia "companheira" do Presidente Lula (fazendo coro a Correa e Chávez), naturalmente, só se preocupou com as fronteiras equatorianas, mas evitou críticas aos "companheiros" das FARC, os quais continua a não qualificar como terroristas. O que serão eles, então?
Talvez ainda surjam dados mais comprometedores para Lula. Há rumores de que os computadores de Raul Reyes registram a presença em acampamentos das FARC do Sr. Marco Aurélio Garcia, assessor para assuntos internacionais do Presidente. Este, como sempre, dirá que nada sabia...
As fronteiras, não são nada!
Mas, voltemos ao assunto. Talvez pela leniência com que são tratados pelo "companheiro" Lula, estes senhores das FARC se sentem na liberdade de ter um site voltado para o público brasileiro.
Entrei há pouco no mesmo e me deparei com um artigo relativo ao ataque certeiro que eliminou o terrorista Raul Reyes. Leiam e vejam o que os terroristas das FARC, em obediência a seu ideário político, pensam das fronteiras:
- "Como símbolo da resistência, com a imagem de Manuel Marulanda em seu peito, Raúl Reyes caiu abatido nos confins da selva da Nossa América. Onde? Têm nos perguntado se foi na Colômbia ou no Equador. Caiu na Pátria Grande, dizemos, porque para um genuíno bolivariano as fronteiras traçadas sobre a terra da Awy Ayala não são nada além da maldade anti-bolivariana que pouco a pouco temos de arrancar pela raiz para que logo frutifique o sonho de unidade do Libertador."
Entenderam? As fronteiras para os "bolivarianos" (FARC, Chávez, Correa, Morales, etc.) não são nada! Devem ser eliminadas... mas lá estão eles na OEA gritando, de modo hipócrita, pela inviolabilidade das fronteiras.
Entendem agora porque falo neste blog de "cinismo democrático"? (Leia abaixo Cinismo democrático e Duplicidade diplomática).
É uma forma de fazer política: servir-se das instituições para destruí-las; servir-se dos mecanismos democráticos, para eliminá-los; servir-se dos tratados internacionais, para espezinhá-los.
Ironia do destino: o Exército colombiano ao atacar o acampamento de Raul Reyes "respeitou" o ideal bolivariano da eliminação das fronteiras. Se não há fronteiras para o terrorismo, não as há também para o combate ao mesmo.
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2 comentários:
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He leído y entendido perfectamente. Es un excelente escrito.
Mis cordiales saludos, Martha Colmenares
Me voy a permitir enlazarlo a mis listas.
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