quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Por que não te calas?

Por que não te calas?
Estava demorando mas chegou! Lula saiu em defesa de Chávez.

O Presidente não podia deixar o "companheiro" ideológico entregue ao escárnio universal. Depois de Fidel Castro, foi a vez de Lula justificar a atitude insolente do ditador venezuelano, na recente cúpula Ibero-americana, que levou o Rei de Espanha a proferir a frase que fechou a boca de Hugo Chávez e já se tornou célebre: "Por que não te calas?"

Frase que interpretou o sentir de milhões
A frase correu o mundo como um corisco, porque ela interpretou o sentimento de inconformidade de milhões de pessoas pelo orbe, desde os espanhóis, é claro, até os venezuelanos massacrados pelo regime arbitrário de Chávez e, por fim, gente de todas as partes, especialmente da América Latina, que se regozijaram de ver um Rei, do alto de sua dignidade, mandar calar um tiranete desqualificado.

Com inteiro propósito ressaltou Gilles Lapouge, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo em Paris, que o Rei da Espanha "disse alto e bom som o que muitos europeus pensam, mas não falam". E muitos latino-americanos também, inclusive brasileiros, completo eu.

A interpelação do Rei Juan Carlos transformou-se num sucesso da internet, foi lançada como toque de celular e, segundo o jornal espanhol El País, milhões de internautas já tinham visto as mais de 300 versões do vídeo (leia o post aí em baixo O Rei manda o tirano calar-se).

Além disso, a frase tornou-se um slogan de campanha da oposição pelo "não" à nova Constituição chavista, na Venezuela.

O golpista acusa de golpe
Em Notas & Informações, intitulada "Por que não se cala?", o jornal O Estado de S. Paulo (13.nov.2007) assinala:

  • Foi o rei da Espanha, Juan Carlos I, que assegurou seu lugar na história contemporânea ao liderar a transição pacífica do regime franquista para a democracia em seu país, quem ganhou as manchetes ao mandar Hugo Chávez calar a boca: Por que não se cala?” ....

    Chávez chamava de fascista o antecessor de Zapatero, José Maria Aznar, do conservador Partido Popular, que ascendeu ao poder em eleições livres, governou a Espanha de 1996 a 2004, dentro dos estritos cânones democráticos, e transferiu normalmente o governo ao adversário também vitorioso numa eleição livre. Para essa reencarnação mameluca de Mussolini, que acaba de completar o aparato institucional da sua ditadura perpétua, Aznar teria apoiado o golpe de opereta que, em abril de 2002, o afastou por algumas horas do Palácio Miraflores - onde o coronel tentou se instalar pela primeira vez mediante um golpe militar.
    (No domingo, antes de deixar o Chile, ele faria a mesma acusação ao rei Juan Carlos.)

    Como era de esperar, recebeu a solidariedade de Fidel Castro, que não perdoa aos espanhóis, de direita ou de esquerda, o seu empenho em favor dos direitos humanos espezinhados em Cuba ....

    Vai sem dizer que o truculento aspirante a ditador, Hugo Chávez, jamais se pautou por essa norma elementar de convívio político civilizado [o respeito]. Ele é assim, violento por natureza e destituído de senso de medida. ....

    De resto, o comportamento de Chávez, característico dos megalomaníacos, contribuiu para tornar mais espetaculoso o rotundo fracasso da 17ª Cúpula Ibero-Americana
    .
Apesar de tudo isso, Lula, em nome da diplomacia "companheira" veio defender Chávez. Segundo ele não houve exagero por parte de Chávez (não, houve prepotência e arrogância); também acrescentou que "fizemos uma reunião democrática onde todos têm o direito de falar" (exatamente o que Chávez tentava impedir, com sua verborragia autoritária, como todo o mundo pode ver... menos Lula); por fim, segundo Lula, o Rei achou que a fala de Chávez era uma crítica ao ex-primeiro ministro Aznar (o Rei não achou, foi mesmo uma crítica e um insulto de Chávez, que uma vez mais só Lula não percebeu).

Acho que o Presidente Lula também está precisando ouvir um sonoro: Por que não te calas?

Foi mais ou menos o que lembrou Arnaldo Jabor em sua intervenção na rádio CBN: "É pena que não haja um rei português para dar um esculacho na malandragem em Brasília".

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5 comentários:

Anônimo disse...

Ao defender Chávez, Lula está pensando em si próprio, também defende o seu terceiro mandato, sim, inclusive uma ditadura.

Anônimo disse...

Lula voltou a comparar a "continuidade" de Chávez e a permanência de outros dirigentes europeus em seus cargos: Thatcher, Felipe Gonzalez, Miterrand, Helmut Kohl. COMPARAÇÃO DELIQÜENTE entre os regimes parlamentarista e presidencialista. "Que cabeça gaseificada tem esse apedeuta!"

Anônimo disse...

Segundo o apedeuta é tudo a mesma coisa, presidencialismo e parlamentarismo. Mamão e melancia, descartadas as diferenças são iguais. O que conta é o exercício no poder. Ora, que aula de demagogia explícita ou manipulação dos incautos, Lula nos presenteia... realmente era previsível sua posição pró-Venezuela porque está de olho no terceito mandato. Requer começar já um "NÂO" contra o dito 3º mandato. "Que mundo estamos!"

Anônimo disse...

Lula, por que não te calas?

Você perdeu uma excelente ocasião para isso quando tentou defender seu companheiro venezuelano.

E além disso... deu um show de ignorância histórica! Comparar parlamentarismo com ditadura??? Será que Cuba não teria preferido uma Tatcher ou um Helmut Kohl do que a Múmia que quer continuar no poder até depois de morta?

Em nome da educação de nossos filhos, que já aprendem muita coisa errada na escola: por que não te calas, Lula?

Marco disse...

Zé Carlos,

Chávez, se pudesse, mudava até a lei da gravidade para evitar que venha a cair.

Mas o perigo maior, para nós aqui, não é o que Chavez fala ou faz na Venezuela, é a quantidade de esquerdopatas e petralhas que o defendem no Brasil. É de doer.

Um abraço.