terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Apagão da eficiência

Apagão da eficiência
No post aí em baixo tratei do absurdo da carga tributária (leia Carnaval de impostos) .

Lula, na campanha eleitoral de 2002, reclamava do aumento de impostos (real!) operada pelo governo FHC. Mas Lula conseguiu aumentar ainda mais a carga tributária, e não só o nível de arrecadação de impostos, como dizem os petistas.

Apesar do aumento da carga de impostos ser impressionante, a infraestrutura do País encontra-se num estado lamentável. E esse fato não é segredo para ninguém.

Eventual apagão
Há vários anos se ouvem, com regularidade, alertas a respeito da necessidade de investimentos em hidrelétricas. Mas, como o governo Lula é refém de idéias estatistas e, de outro lado, de ideologias eco-fanáticas, tais investimentos não saíram do papel.

Agora, após os golpes desferidos pelo governo do "companheiro" Evo Morales, o que só veio complicar a situação energética, fala-se e já se dá como certo o apagão.

O Presidente Lula, então, afirma: "Não me venham falar de apagão!", como se o governo não fosse dirigido por ele, se a responsabilidade fosse de outrem, ou como se seus repentes verbais tivessem o condão mágico de afastar a crise de energia.

Trevas ideológicas
A jornalista Sonia Racy, no Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo (29.jan.2008) estampa duas breves matérias, sumamente elucidativas a respeito da ideologia do atraso que tomou conta de muitos governos latino-americanos, com o socialismo do século XXI, o bolivarianismo, o lulismo, etc.

A primeira, intitulada, Luzes da Colômbia, informa que Roger Agnelli, da Vale do Rio Doce (um dos empresários que mais alertas tem feito a respeito da falta de investimentos na infra-estrutura energética), está na Colômbia para se encontrar com o Presidente Álvaro Uribe:

  • "Não, não vai se meter no meio do problema das Farc, de Hugo Chávez ou falar sobre a Xstrata. Vai conversar sobre a possibilidade de a empresa fazer um grande investimento por lá. Mais precisamente, a construção de uma hidrelétrica, cujo objetivo principal seria fornecer energia para a ex-estatal no Pará.

    Há tempos a Vale vem se incomodando com a falta de energia por aqui e esta seria uma grande oportunidade de resolver parte do problema. Na Colômbia, pelo que se apurou, é mais fácil conseguir licença para construir hidroelétricas."

Trevas ideológicas
A outra notícia, curiosamente intitulada Das trevas, tem a ver com a crise energética que afeta a Argentina. O problema lá se repete. Uma vez mais os frutos da ideologia do atraso, e das soluções populistas, de caráter eleitoreiro:

  • "O mais fácil sai caro. Analistas argentinos fizeram contas e concluíram que os 12 bilhões de pesos que Néstor Kirchner gastou para segurar os preços da eletricidade entre 2004 e 2007 dariam para ele construir seis geradoras de 800 megawatts.

    O que teria resolvido os problemas de energia da Argentina por muito tempo."

Resta apenas uma pergunta: trata-se apenas de ineficiência, ou há, para além disso, uma ideologia do atraso que vê no desenvolvimento um "mal" capitalista a combater? Eu sou mais pela segunda hipótese!

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sábado, 26 de janeiro de 2008

Carnaval de impostos

Carnaval de impostos
A
s lamúrias pela perda da CPMF ainda se fazem ouvir. De aqui, de lá e de acolá há vozes que insinuam a possibilidade de uma nova CPMF.

É evidente que se tratava de uma contribuição abusiva, que nunca se destinou ao fim a que se propunha e contra a qual se levantava forte oposição por parte da população.

Apesar de o governo (em particular o Presidente Lula e o Ministro Mantega) ter utilizado todos os meios para defender a prorrogação da CPMF - bordejando o "terrorismo" político e verbal - muitos estudiosos sérios demonstraram os benefícios do fim de tal contribuição.

Até escrevi um post sobre o assunto, para mostrar quem verdadeiramente ganhou com isso (leia Saiba quem ganha com o fim da CPMF).

Isto é incrível!
É claro que o governo lulo-petista não se importa tanto com a Saúde ou com o povo. Sua preocupação é, sobretudo, com o projeto de poder que quer ver estendido por muitos anos.

Por isso a fúria arrecadatória é insaciável. Um verdadeiro Carnaval de impostos.

É isso mesmo! Acredite, até aqueles que querem fugir da folia acabam pagando muito ao Estado.

A nota, Bocão insaciável, da jornalista Sonia Racy, no jornal O Estado de S. Paulo (26.jan.2008)fala por si:

  • "Da linha isto é incrível! Nem no Carnaval, o Leão amansa. Em um pacote de confete, paga-se 45,03% de imposto. Serpentina? 43,91%. E um colar havaiano? 47,16%.

    Está bem. Vai fugir da folia? Então deixe 37,48% de imposto no pacote de viagem."
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sofismas, má fé e mentiras!

Sofismas, má fé e mentiras!
As FARC e o apoio dado a estas pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, continuam na ordem do dia.

Afinal Chávez, depois do show da operação "humanitária" da libertação de duas reféns, lançou suas cartas na mesa. A comunidade internacional deveria reconhecer as FARC como um movimento político insurgente e não como organização terrorista.

Venezuela reconhece FARC como organização legítima
O apelo de Chávez foi prontamente repudiado pela forte maioria da comunidade internacional. A diplomacia do Itamaraty, apesar de se recusar a atribuir às FARC a qualificação de grupo terrorista, foi obrigada a discordar de Chávez, ainda que sem alarde.

O reconhecimento exigido pelo "companheiro" venezuelano, visa salvar as FARC que, literalmente, vão agonizando com derrotas militares, deserções e, sobretudo, repúdio maciço da população colombiana.

A Assembleia venezuelana (chavista) acaba de atender à solicitação do presidente. Com isso a Venezuela passa a poder apoiar "legalmente" o movimento terrorista e, portanto, a interferir na política interna da Colômbia.

As justificativas do lulo-petismo
Abordei aqui alguns aspectos do que poderíamos chamar o "caso FARC".

No post O seqüestro "humanitário" das FARC mostrei a ironia sádica do grupo terrorista ao seqüestrar seis turistas, dois ou três dias após a libertação das duas reféns. Nos posts Não às mentiras e seqüestros das FARC, FARC nunca mais! lembrei a avassaladora inconformidade do povo colombiano com o grupo terrorista e a grande manifestação mundial que se organiza contra ele.

Ainda voltarei ao tema.

No momento, entretanto, desejo debruçar-me sobre as razões que correm nas bases do lulo-petismo para justificar o disfarçado, mas efetivo, apoio às FARC e à proposta do "companheiro" Chávez.

Para esse fim, sirvo-me de um comentário que recebi aqui no blog.

"Delinqüência intelectual"
Publico todos os comentários que recebo, favoráveis ou contrários... É claro, os que se regem pelas regras da civilidade e do debate respeitoso. Como até o momento todos têm seguido tais regras, não deixei nenhum de fora.

Quem tiver paciência de procurar, constatará que de vez em quando recebo algum comentário de um personagem Ze Povo. No perfil de seu blog este se confessa apoiante de Lula e simpatizante do programa do PT "sem fanatismos".

Recebi mais um. Publiquei, sem concordar, como tenho feito sempre. Mas decidi rebatê-lo, pela "delinqüência intelectual" que envolve (para usar uma expressão cara ao Reinaldo Azevedo). "Delinqüência intelectual" feita de sofismas, má fé e mentiras!

Não é preciso dizer que, ao rebater a argumentação, não pretendo agredir a pessoa do autor, mas tão-só refutar seu arrazoado.

Aqui está ele em vermelho. Vou intercalando meus comentários:

É preciso negociar. Assim foi feito na Irlanda e na Espanha. Ocorre que insurgentes Europeus são outra coisa, não é mesmo?

Antes de tudo a "necessidade" de negociar. Na visão do lulo-petismo sempre é necessário negociar, para ceder. Essa idéia de negociação necessária já erige a parte delinqüente (no caso as FARC) como força legítima. A mesma posição que boa parte da esquerda assume diante do crime organizado.

Depois na Irlanda (IRA) e na Espanha (ETA) houve diversos tipos de negociação, mas nunca a legitimação dos movimentos terroristas como forças insurgentes. Além disso, muitas negociações tiveram como finalidade salvar grupos do sossobro. A mais recente, levada a cabo pelo primeiro-Ministro socialista espanhol, Rodríguez Zapatero, com a ETA foi para dar sobrevida a um grupo sem qualquer apoio popular e que militarmente se encontrava acuado e quase desintegrado pela política firme de Aznar. Resposta da ETA à mão estendida do socialismo? Um super atentado no Aeroporto de Madrid.

As perguntas que não calam, é porque as Farcs cresceram e tomaram o controle de parte do território Colombiano, porque conseguiram apoio de parte da população conseguindo milhares de voluntários para lutar em condições de sacrifício?

Mais uma vez o sofisma e a mentira. As FARC não cresceram. De há muito as FARC só diminuem, inclusive com inúmeras deserções. O rechaço da população ao grupo terrorista é de mais de 90% e só 1% o apoia. As FARC expandiram suas ações criminosas, exactamente pela política concessiva de "negociar", tão cara ao lulo-petismo, e jamais por apoio popular. Hoje as FARC não possuem praticamente mais território.

Quanto aos voluntários respondo com uma pergunta: os nazistas também conseguiram muitos jovens voluntários que se alistaram e seguiram a doutrina e a prática totalitária e assassina desse regime. Isso constitui alguma justificativa válida?

Está certo que os chefes e líderes com certeza passam bem e estão faturando com o crime, mas a soldadesca está lá porque estavam piores na situação anterior, de cidadãos colombianos. Então senhores governantes, muita atenção com a necessidade de políticas sociais, porque povo aguenta muito, mas muito mesmo, só que existe um limite.

Estava faltando! A justificativa do terrorismo pelas "injustiças sociais". Como aqui no Brasil se tenta justificar o crime pela mesma razão. O terrorismo das FARC não é fruto de injustiças sociais assim como o crime organizado não o é. Há a delinqüência moral e também a ideologia.

A advertência do "povo que não aguenta e tem limite..." é a ameaça, sempre repetida e o fantasma sempre acenado. A de que o "povo" explodirá em revoluções sociais, diante das injustiças. Na verdade, as explosões são apenas articulações revolucionárias de minorias ínfimas.

Esse tipo de ameaça relembra o discurso dos verdadeiros inspiradores tanto do lulo-petismo como dos movimentos sociais, como o MST: a dita "esquerda católica". Já nos anos 50 D. Hélder Câmara - o Arcebispo vermelho - dizia que o Brasil estava à beira da explosão social... e de lá para cá não cessam de dizer o mesmo.

O povo continua trabalhador, pacato e sereno, avesso a esse discurso da agitação, e desejoso de um progresso sadio para o País. Por isso o Brasil tem conseguido crescer e firmar-se dentro da harmonia social.

Outra abordagem, é com aval internacional e ajuda americana, uma vez concluido que FARCS são terroristas a extinção total do movimento com uso de força militar. Justamente o que não foi feito até hoje. Porque? Se parece que ninguém duvida que eles são terroristas?

"A extinção total do movimento com uso de força militar" é exatamente o que assusta Chávez e o lulo-petismo. É preciso salvar de qualquer maneira as FARC. Se a extinção total ainda não ocorreu até hoje é porque as FARC utilizam os seqüestrados ou populações civis como escudos humanos para evitar ataques. E também porque encontram refúgio no território venezuelano, para onde fogem quando acuados na Colômbia.

Há quem diga que eles também encontram refúgio em território brasileiro... a confirmar!

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sábado, 19 de janeiro de 2008

Não às mentiras e seqüestros das FARC

Não às mentiras e seqüestros das FARC
As FARC, o grupo terrorista colombiano de ideologia marxista, continua seu festival de horrores.

Agora é a notícia de uma jovem guerrilheira de 20 anos que fugiu da selva e se entregou às autoridades. Motivo?

Estava grávida e os terroristas das FARC a obrigaram a tomar um abortivo feito com ervas. Segundo ela, habitualmente, as mulheres que integram as fileiras da organização terrorista são obrigadas a abortar.

Para não perder o filho ela fugiu.

A jovem ainda confessou às autoridades que, quando era menor de idade, teve gêmeos que lhe foram retirados pelos guerrilheiros.

O absurdo pedido de Chávez
Esta história vem somar-se à seqüência de relatos escabrosos de torturas, físicas e psicológicas, de condições sub-humanas em que são mantidos os seqüestrados.

Mas, assim mesmo, o Presidente Hugo Chávez prossegue seu show internacional para favorecer as FARC, e passar uma imagem "humanitária" do grupo, solicitando que este deixe de ser qualificado pela comunidade internacional de terrorista.

Escrevi até um post sobre o mais recente seqüestro das FARC - após o espetáculo da libertação das duas reféns - que qualifiquei de "seqüestro humanitário" (leia O seqüestro "humanitário" das FARC).

Infelizmente, considerável parte da imprensa internacional - e do Brasil! - tem colaborado de forma descarada com a campanha de Chávez. Li há pouco uma notícia em que, no auge da inversão de valores, não as FARC mas o Presidente Uribe era qualificado de terrorista!

Estranhas conivências com as FARC
Ressalto apenas uma coisa: já notaram que a mãe de Ingrid Betancourt, grande apoiante de Chávez - esteve na Venezuela para comemorar a esperada vitória, que não houve, do caudilho, no plebiscito - em todas as declarações que faz à imprensa só ataca o Presidente Uribe de inclemente, sem sentimentos, etc. e não formula uma única crítica aos terroristas das FARC que há anos mantêm sua filha seqüestrada e em condições inumanas?

Não lhes parece estranho? E Uribe seria "inclemente" apenas porque está aniquilando esse grupo terrorista. Afinal a quem a mãe de Ingrid Betancourt quer salvar, a filha ou as FARC?

Feita, de passagem, esta observação, prossigamos.

Protesto mundial contra as FARC
Toda esta situação vem causando profunda indignação entre os colombianos. Recente pesquisa mostra que cerca de 93% da população repudia as FARC e apenas 1% apoia sua ideologia.

Por isso um grupo de Colombianos está espalhando pela internet um movimento mundial contra as FARC. Partindo da idéia de fazer uma passeata em todo o país no dia 4 de fevereiro, lançada no site de relacionamentos Facebook, quatro desconhecidos se uniram para organizar o movimento "FARC nunca mais!".

Bem ao estilo "democrático" de Chávez e de outros aliados do terrorismo (incluindo brasileiros), as FARC já passaram a fazer ameaças aos jovens organizadores. Carlos Andres Santiago, de apenas 21 anos, diz que não vão se intimidar.

Grupo terrorista, inimigo do povo e do mundo
O movimento já tem representantes em mais de 60 cidades fora da Colômbia, como Madri, Paris, Nova York e Buenos Aires, e para as cidades onde não esteja prevista a passeata, Santiago pede que os colombianos hasteiem a bandeira da Colômbia.

Os organizadores do protesto internacional já contavam hoje com 150.000 adesões, as quais crescem a um ritmo vertiginoso (veja o site do movimento). Eles pretendem denunciar ao mundo as FARC como um grupo terrorista, inimigo do povo e do mundo.

O grupo de organizadores do protesto concedeu uma entrevista a O Globo on line (17.jan.2008). Trechos da entrevista estão no próximo post FARC nunca mais!

Leia abaixo!

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FARC nunca mais!

FARC nunca mais!
Como acabei de afirmar no post aí em cima, é avassaladora a inconformidade dos colombianos com as FARC, sua ideologia e seus métodos. Cerca de 93% da população repudia as FARC e apenas 1% apoia sua ideologia.

Por outro lado cresce a indignação dos colombianos com as inúmeras investidas do Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, contra a soberania do país, inclusive fazendo a absurda proposta da comunidade internacional deixar de qualificar as FARC de organização terrorista.

Protesto mundial contra as FARC
Por isso um grupo de colombianos lançou pela Internet um protesto mundial contra as FARC.

Partindo da idéia de fazer uma passeata em todo o país no dia 4 de fevereiro, lançada no site de relacionamentos Facebook, quatro desconhecidos se uniram para organizar o movimento "FARC nunca mais!".

O movimento já tem representantes em mais de 60 cidades fora da Colômbia, como Madri, Paris, Nova York e Buenos Aires, e para as cidades onde não esteja prevista a passeata, pede que os colombianos hasteiem a bandeira da Colômbia.

Os organizadores do protesto internacional já contavam hoje com 150.000 adesões, as quais crescem a um ritmo vertiginoso (veja o site do movimento).

Grupo terrorista, inimigo do povo e do mundo
Em entrevista a O Globo on line (17.jan.2008), um dos organizadores do protesto internacional, o jovem de 21 anos Carlos Andres Santiago, afirmou:

  • "Como nasceu o movimento?
    SANTIAGO: O movimento "No mas Farc" nasceu como uma iniciativa do povo, de cidadãos que estão em comum para deixar as diferenças de lado, rechaçar os atos terroristas e mostrar a todo o mundo o repúdio que nos causa a violência das Farc e suas ações contra a Colômbia e o mundo.

    Qual é o principal objetivo?
    SANTIAGO: É para que todos manifestem sua dor e seu repúdio contra todas as maldades, todos os delitos de lesa-humanidade, as lesões ao direito internacional humanitário, e todos os atos que as Farc cometeram contra a população civil no país. Queremos chamar a atenção da comunidade internacional. Nós sabemos quem são as Farc.

    Vocês buscaram apoio político?
    SANTIAGO: Temos uma posição muito clara em relação a isso. Não temos nenhuma filiação política.... Estamos comprometidos a escutar a todos e fazer com que todo mundo nos escute. Que escutem nosso grito: "No mas Farc". Estamos comprometidos a fazer o mundo saber que as Farc são um grupo terrorista, assassino, inimigo do povo e inimigo do mundo.... Convocamos todos, independente da filiação política. Todos estão muito mobilizados, sejam de esquerda, de direita ou de centro.

    Como vêem a possibilidade de que Uribe deixe de classificar as Farc como grupo terrorista?
    SANTIAGO: Rechaçamos de maneira categórica. É muito importante que as Farc sejam qualificadas como o que são, como um grupo terrorista, porque isso fecha as portas da União Européia e de muitos governos democraticamente eleitos para que não possam receber apoio do exterior....

    Qual é a posição do movimento sobre a participação do presidente Hugo Chávez nas negociações com a guerrilha, aceitariam seu apoio?
    SANTIAGO: Como colombianos, agradecemos sua colaboração para a liberação de reféns. Mas rechaçamos de maneira contundente a solicitação do presidente para dar às Farc um status político.

    Como as Farc interferem no cotidiano dos colombianos?
    SANTIAGO: As Farc interferem de maneira real na vida dos colombianos. Eles espalham o pânico entre a população civil. A qualquer lugar que cheguem, cometem seus atos terroristas. As pessoas temem essa organização por todas as maldades e tudo que demonstraram ser capazes de fazer. Tenho certeza que quase 100% dos colombianos vemos as Farc como um grupo que seqüestra, viola o direito à liberdade, e que mantém muitos em cativeiro, em condições subumanas. É duro ver as condições dos seqüestrados, amarrados com correntes. Por isso pedimos a todos que deixem suas diferenças de lado e participem dessa grande mobilização mundial.

    O movimento acredita que as Farc podem reagir à passeata?
    SANTIAGO: Temos certeza que de já começaram a reagir. Eles já estão ameaçando alguns dos organizadores nas diferentes cidades. Eles estão dizendo que os organizadores do movimento estão todos fora do país, algo que não faz sentido. A única ferramenta que eles têm é o terrorismo. Mas nada vai nos fazer desistir dessa mobilização. Nada vai calar esse grito de 44 milhões de colombianos.

    Os organizadores esperavam que a mobilização tomasse essa proporção?
    SANTIAGO: O crescimento da mobilização foi algo impressionante. Há alguns meses se organizou uma marcha nas principais cidades do país, mas agora está ganhando terreno em outros países. Essa é sua importância: que milhares de colombianos marchem em Madri, em Paris, em Nova York, em Buenos Aires."

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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O seqüestro "humanitário" das FARC

O seqüestro "humanitário" das FARC
A mídia internacional, quase sem exceção, continua a fazer repercutir a libertação das duas reféns das FARC, Clara Rojas e Consuelo Gonzalez, na operação "humanitária" conduzida por Chávez.

"Humanitária" vai propositalmente entre aspas. Porque a operação foi tudo menos um lance de humanitarismo. Foi um hábil golpe político, orquestrado pelas FARC de comum acordo com Chávez, o grande patrono da organização terrorista.

Chávez "advogado das FARC"
Em um próximo post voltarei a este tema, para analisar as inúmeras implicações deste lance. Ressalto aqui que o jornal ABC de Madrid, em seu editorial, qualifica Chávez de "advogado das FARC".

E o qualificativo é muito preciso, embora não seja o único aplicável a Chávez, em sua íntima relação com o grupo guerrilheiro marxista colombiano.

Na verdade, Chávez, após o lance "humanitário", seguindo o script de uma ação política amplamente orquestrada, acaba de pedir aos governos ocidentais que deixem de considerar o grupo de terrorista. E o passem a aceitar como uma força política e beligerante legítima.

O pedido é um verdadeiro golpe internacional dado por Chávez e um atentado à soberania colombiana. Mas há mais. Chávez proclama a íntima unidade ideológica entre seu governo e o movimento terrorista colombiano. E afirma que seu governo acompanha com muito interesse a luta armada das FARC.

Soltam duas, seqüestram seis...
Ora, as FARC, para fazerem coro com Chávez... realizaram mais um seqüestro!

Seis pessoas - das quais cinco colombianos e um norueguês - foram seqüestrados pelo grupo terrorista, alguns dias depois da libertação "humanitária" de Clara Rojas e Consuelo Gonzalez.

Na operação, no Oeste da Colômbia, os rebeldes teriam tirado os pertences dos turistas e levado dois professores, uma bióloga, um universitário e dois comerciantes.

Ou seja, num auge de escárnio e cinismo, as FARC libertam duas pessoas - para se prestigiarem e prestigiarem Chávez - e logo em seguida seqüestram mais seis. Seis que vão se somar às mais de 760 que permanecem em mãos do grupo terrorista, na selva, em condições de verdadeiro campo de concentração.

Fora os que já morreram brutalmente em mãos dos terroristas. É bom recordar que há dias, enquanto o "humanitarismo" das FARC e de Chávez freqüentavam os noticiários, foram encontrados, em uma vala comum, seis corpos.

As vítimas estavam amarradas, amordaçadas, e não tinham perfurações de disparos, confirmando que tinham sido assassinados com garrote e posteriormente degolados.

Em sua propaganda da "boa vontade" das FARC, a mídia internacional parece esquecer estes pequenos "detalhes" dos mais de 700 seqüestrados que continuam sofrendo na selva colombiana condições atrozes e cruéis - algumas delas há mais de dez anos - e dos mortos.

Chávez tenta golpear a Colômbia
Alguém ainda pode ter dúvidas quanto às verdadeiras intenções de Hugo Chávez, o protoditador venezuelano? Afinal a quem se destinam os 150 mil fuzis AK-47 comprados pelo coronel Chávez? E o que justifica a escalada armamentista levada a cabo por ele?

Chávez tornou-se o principal financiador das FARC, inclusive fazendo escoar grande parte da droga comercializada pelo grupo terrorista, segundo amplas e documentadas matérias aparecidas na mídia internacional. Hoje o território venezuelano é um "santuário" para os terroristas das FARC, acuados pelas operações militares colombianas.

E Hugo Chávez mostra estar disposto a interferir acintosamente em países sul americanos, para desestabilizá-los: Colômbia, Bolívia, Equador, Argentina... só?

Omissão cúmplice de Lula
Para finalizar duas pequenas notas:

1) Chávez não precisa mais pedir ao Brasil que deixe de qualificar as FARC como grupo terrorista. A diplomacia lulo-petista - orientada neste caso pelo Sr. Marco Aurélio Garcia - há muito se recusa a tal, exatamente sob a alegação de que as FARC são um grupo político legítimo.

2) O Presidente Lula se engajou inteiramente na operação "humanitária" de Chávez. É estranho, muito estranho mesmo, o silêncio que mantém quanto à agressiva proposta do presidente venezuelano. Tal silêncio só pode significar cumplicidade.

É alarmante - para dizer pouco - a atuação da diplomacia lulista em todo este episódio. No fundo, as FARC sabem que, além do apoio aberto de Chávez, contam com a omissão cúmplice de Lula.

Inclusive com a omissão, até ao momento, ante o novo seqüestro perpetrado por elas. O seqüestro "humanitário" das FARC.

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Lula, o "venezuelano"

Lula, o "venezuelano"
O aumento do Bolsa Família e a inclusão de novos beneficiados no programa está entre os golpes com que o governo brindou o País no final do ano (leia Ano Novo, Governo Velho).

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello, criticou abertamente a medida provisória, por infringir a proibição legal de distribuição de benefícios em ano eleitoral.

"A medida é flagrantemente inconstitucional", afirmou o Ministro, uma vez que potencialmente condiciona o resultado das eleições. Motivo pelo qual a MP de Lula poderia ser questionada junto ao Supremo Tribunal Federal.

Curiosamente, a oposição até agora não manifestou intenção de recorrer à Justiça para derrubar a MP. Realmente, parafraseando Lula, "nunca antes neste País" houve uma oposição tão colaboracionista.

Bem, feito este parêntese, prossigamos.

Neopopulismo manipulador
O programa do Bolsa Família não é apenas eleitoreiro. Ele é mais do que isso, é um esquema de poder baseado na pobreza. O que o Bolsa Família cria é uma dependência passiva do Estado, além de afastar muita gente do emprego com carteira registrada.

Afinal, as benesses do programa muitas vezes compensam o abandono do emprego, ou não incentivam a quem as recebe a procurar uma ocupação.

Por esse motivo, muitos têm afirmado que o programa assistencialista não apresenta uma porta de saída.

Na aparência Lula combate a pobreza, e em certa medida o faz. Mas, por outro lado, Lula mantém a pobreza como esquema para se manter no poder.

Lula é o Chávez possível
Em um contundente artigo, no jornal Folha de S. Paulo (8.1.2008), o analista político Augusto de Franco defende a tese de que quem garante os votos de Lula é a pobreza. O mecanismo assistencialista, inerente ao "chavismo", transforma os pobres em beneficiários passivos.

Mostra ainda Augusto de Franco como, em muitas das ocasiões em que Lula elogiou ou defendeu a Chávez, mencionou o processo político em curso em diversos países da América Latina, frisando estar o da Venezuela em estágio mais avançado. Para o Presidente, na Venezuela há "excesso de democracia".

Ainda segundo o articulista, Lula é um "venezuelano" em potencial, que ainda não se pode comportar como Chávez:

  • "Se nosso IDH fosse mais próximo de 0,9 (em vez de 0,8), Lula jamais governaria o Brasil. Quem garante seus votos e liderança é a pobreza. É por isso que Lula não ganha eleição para prefeito de São Bernardo. É por isso que não ganha para governador de São Paulo nem de qualquer Estado do Sul ....

    São os bolsões de pobreza que garantem a eleição de populistas. Lula quer acabar com a pobreza? Não, o que quer é mantê-la, transformando as populações pobres em beneficiárias passivas e permanentes dos programas assistenciais. Ele gosta, sim, do povo, mas como massa informe de pré-cidadãos Estado-dependentes. ....

    Isso não pode ser por acaso, pode? Só acontece porque Lula é um "venezuelano". ....

    A noção de democracia de Lula casa perfeitamente com o regime político venezuelano. Lá, não vigora mais essa besteira de rotatividade (ou alternância) democrática. Autorizado, como Chávez, por uma "lei habilitante" (muito melhor do que medida provisória), Lula poderia criar, numa penada, não uma, mas meia dúzia de TVs governamentais. Poderia tirar a Globo do ar e empastelar a revista "Veja". E, sobretudo, poderia continuar no poder indefinidamente, convocando plebiscitos e referendos para dizer que não está fazendo nada mais do que obedecer à vontade da maioria.

    Lula, o "venezuelano", acha que democracia é o regime da maioria (e não o das múltiplas minorias). ....

    Seria preciso dizer mais? Muita atenção, porém: Lula é um "venezuelano" que quer, mas não pode se comportar como Chávez. Se tentasse "chavecar" por aqui, o problema estaria resolvido. Nossa sociedade, bem mais complexa, rejeitaria de pronto o tiranete. Lula é o Chávez possível nas condições do Brasil.

    Dizendo de outro modo, o Brasil não é uma ditadura -nem mesmo uma protoditadura (como a Venezuela)-, mas uma democracia formal parasitada por um regime neopopulista manipulador, em que um grupo privado que ascendeu ao poder pelo voto, com base na alta popularidade de seu líder, tenta permanecer no poder sem violar abertamente a legalidade democrática, mas pervertendo a política e degenerando as instituições para manipular a opinião pública e as leis a seu favor.

    Não ter entendido a natureza desse governo e o caráter do seu líder foi a desgraça das nossas oposições. Até Fernando Henrique, o mais lúcido dos oposicionistas partidários, alimentou a estranha crença de que "o conteúdo simbólico da sua liderança (de Lula) é um patrimônio do país que não deve ser destruído".

    Pois é. Não destruíram mesmo. Preservaram, blindando Lula, infelizmente, contra a democracia."
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domingo, 6 de janeiro de 2008

A ditadura da mentira política

A ditadura da mentira política
O Ano Novo já trouxe para os brasileiros desagradáveis notícias... provindas, evidentemente, do governo. Como tive oportunidade de comentar aí em baixo, no "apagar das luzes", Lula desferiu quatro golpes no País (leia Ano Novo, Governo Velho).

O primeiro deles, o aumento de impostos, tem uma nota particular: a mentira descarada, e as desculpas esfarrapadas.

Alguém dirá que isso é prática comum entre os políticos. E, realmente, é. Mas a mentira será assim tão inócua no processo político?

Desmoralização das instituições
Santo Agostinho, com a clareza sábia de suas palavras, assim definiu a mentira: "Dizer o contrário do que se pensa, com intento de enganar".

Ora os políticos, e, sobretudo, os governantes que fazem da mentira uma arma habitual, com o intento de enganar, desnaturam a própria essência do regime de liberdades que tanto apregoam. Enganam, e com isso acabam com a confiança que deve caracterizar a democracia representativa.

Mentir, como arma de poder, é um ato autoritário, que gera corrupção, e que tem como correlato apresentar-se como detentor do monopólio da verdade. Afinal não é o que ouvimos a torto e a direito?

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva define-se como uma "metamorfose ambulante"; apregoa aos quatro ventos que ninguém no Brasil tem mais ética do que ele; diz-se "enganado" nos escândalos de corrupção que atingem seu governo; nega que aumentará impostos quase na véspera de o fazer. É uma prática que desmoraliza as instituições.

Ensaio sobre a mentira
O professor titular do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, Roberto Romano, traça um interessante quadro sobre a prática da mentira, a partir do aumento de impostos negado por Lula e decretado por ele!

No artigo intitulado Breve ensaio sobre a mentira, publicado no jornal O Estado de S. Paulo (6.jan.2008), Roberto Romando relembra a "explicação" do Ministro Mantega para a mentira de Lula: "O compromisso de Lula era de não promover alta de impostos em 2007. E de fato não o fez. Estamos fazendo em 2008".

O cinismo do Ministro, bem ao estilo do lulo-petismo, é gritante. Vejamos, pois, o que ele encerra:

  • "Nos EUA existe um serviço oficial para fiscalizar a aplicação das leis e a obediência do governo à fé pública. Trata-se do GAO (Government Accountability Office). Ninguém afirma que naquela federação a palavra dos governantes segue padrões perfeitos, mas o princípio é mantido. No Brasil não existe nada semelhante, e a maioria dos políticos - sobretudo os que deixam a oposição e se instalam no poder - nem sequer imagina o significado da palavra empenhada. A prática usual é deixar de lado compromissos solenes tendo em vista interesses eleitorais e outros menos confessáveis.

    Em nossa terra, a responsabilidade ética na administração é anulada pela propaganda política, pessoal ou partidária, e as instituições tornam-se meros instrumentos dos governantes. .... Elas afirmam algo hoje, e amanhã (literalmente, como no caso dos impostos agora aumentados), anunciam o contrário. ....

    Dizer o contrário do que se pensa significa manipular.... E a trapaça não constrói um Estado democrático, porque neste último a palavra empenhada é a essência da política, ao contrario dos regimes ditatoriais. ....

    No regime político contrário à liberdade, a licença para mentir permite considerar desiguais governantes e governados. O máximo dessa desigualdade ocorreu nos totalitarismos nazista e comunista. O Diário Oficial soviético chamava-se Pravda (Verdade), mas raramente alguma frase verdadeira surgia em suas páginas. .... A sua essência é a dominação tirânica, pois a cidadania não consegue recusar ou mesmo detectar o engodo. Fé pública e verdade são os esteios dos deveres, das leis, dos contratos. .... O poder mentiroso se caracteriza por reivindicar para si mesmo o monopólio da verdade. É por semelhantes razões que o mundo político brasileiro começa mal o ano de 2008.

    O Executivo federal não respeitou acordos com a oposição e deixou os contribuintes indignados com o ardil, para conseguir a DRU, de prometer não aumentar impostos. Ao proclamar que não aumentaria tributos devido à perda da CPMF, o governo disse “o contrário do que se pensava, com intento de enganar”. Como as instituições civis dependem da confiança (isto é verdade no mercado, em vínculos financeiros, na indústria, nas relações familiares, culturais ou esportivas, etc.), quando os administradores do Estado não se comprometem com o que falam, semeiam desconfiança geral. Eles conseguem algum proveito com suas espertezas, mas os ganhos resultam na corrosão da fé pública, único sustento do Estado de direito. ....

    Ao não cumprir sua palavra, o Executivo federal subverte o Estado. .... A mentira gera corrupção ampla quando ocorre assimetria de poderes entre os que mentem e os enganados. .... Que os poderosos inimigos da ética nos poupem suas desculpas, pois elas insultam a inteligência dos contribuintes".
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ano Novo, Governo velho

Ano Novo, Governo velho
"O ano mudou, mas o governo é o mesmo". Foi assim que a jornalista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo (4.jan.2008), comentou um dos golpes dados pelo governo Lula, enquanto muitos brasileiros se divertiam, com despreocupação, nas festas de Natal e de Ano Novo.

Realmente não dá para despreocupar-se, quando se tem um governo como o atual. Foram quatro golpes sucessivos e todos com um fim claro: o projeto de poder lulo-petista. Vejamos:

1) Lula, desmentindo o que prometeu, aumentou impostos;
2) Para driblar o fim do mecanismo da CPMF, o governo Lula determinou que bancos informem à Receita Federal a movimentação de pessoas físicas e jurídicas;
3) A pretexto de problemas técnicos, Lula postergou por decreto, para depois das eleições municipais, o sistema de controle de repasse de verbas públicas a ONGs, Estados e municípios;
4) Lula, contrariando a lei eleitoral, aumentou os benefícios do Bolsa Família.

Sim, tudo isso, na base da canetada.

Lula mentiu
Vamos por partes. Baseio-me aqui em amplos noticiários da Folha de S. Paulo.

Quanto ao aumento de impostos.

Com o pretexto de compensar a perda de arrecadação, causada pelo fim da CPMF, o governo elevou as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Elevação feita por medida provisória (MP).

Para dar apenas um exemplo, no caso de empréstimos para pessoas físicas o imposto dobra de 1,5% para 3% ao ano.

Essas medidas contrariam o acordo feito pelo governo e oposição no final de 2007, na votação para a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União). Os governistas garantiam que não haveria aumento de impostos para compensar o fim da CPMF.

Lula chegou a afirmar: "Não existe razão para ninguém ficar nervoso, nenhuma razão para que ninguém faça uma loucura de aumentar a carga tributária".

Agora a oposição acusa Lula de ter mentido (mais uma vez!) Afinal o Presidente é mestre em violar acordos estabelecidos. Só resta a pergunta: qual o mistério que leva a oposição a ainda acreditar nas promessas de Lula e a fazer acordos com o Presidente?

Desculpas, desculpas...
Debrucemo-nos agora sobre as desculpas esfarrapadas, com as quais se tenta justificar o injustificável.

O Ministro Guido Mantega negou que estivesse anunciando aumento de impostos: "O que o presidente Lula falou é que não faria pacote para arrecadar R$ 40 bilhões. O que estamos fazendo é um ajuste tributário modesto".

Bem, Ministro, o Presidente Lula não "falou", ele disse. E disse que não aumentaria impostos, sem mencionar números.

Mas Mantega, escarnecendo da inteligência alheia e escancarando o cinismo petista, acrescentou: "O presidente disse que não mexeria na área tributária em 2007 e não o fez. Estamos fazendo em 2008".

Vingança, e não medida casual
"Não esperávamos essa vingança tão rápida", declarou Synésio Batista da Costa, presidente da Associação de fabricantes de brinquedos. Para ele quem pagará a conta é, claro, o consumidor.

Por seu turno, o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo também falou em "vingança": "Os tributos pagos pelos brasileiros já são suficientes para a realização dos programas sociais do governo. Essa decisão vai contra o desejo da opinião pública e mostra uma atitude de vingança, não parece uma decisão casual".

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, Gilberto Luiz do Amaral, as operações financeiras como um todo serão prejudicadas. Segundo ele, ao prometer não aumentar impostos, o Presidente Lula ou não tinha feito uma análise profunda da situação ou "subtraiu a verdade da população".

Mas, afinal, aumentar impostos porquê? Porque o governo Lula não quer fazer a única coisa necessária, diminuir os gastos públicos. Para Lula "choque de gestão" é inchar mais a máquina pública, e apostar no assistencialismo com efeitos eleitorais.

Quebra indiscriminada do sigilo bancário
Além do aumento de impostos, o governo mostrou também sua face autoritária.

A pretexto de fiscalizar movimentações bancárias suspeitas, o governo divulgou instrução normativa ordenando aos bancos que enviem informes à Receita Federal de pessoas físicas que movimentem mais de R$ 5.000 no semestre; e de pessoas jurídicas que movimentem mais de R$ 10.000 nesse mesmo período.

O Ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal, considerou a medida inconstitucional e uma quebra de sigilo bancário indiscriminada. "Se quiserem, modifiquem a Constituição, mas enquanto ela estiver em vigor será respeitada. É o preço da democracia", afirmou.

A OAB pretende entrar com medida para declarar inconstitucional a instrução normativa editada pelo governo.

Ou seja, a pretexto de combater o crime, o governo estabelece mecanismos de controle indiscriminados sobre os cidadãos de bem. Isso enquanto narcotraficantes, como Fernandinho Beira-Mar, continuam a utilizar a tranquilidade de instalações prisionais de segurança máxima (?!), Federais ou Estaduais, para dar prosseguimento a suas operações criminosas.

Loucura e irresponsabilidade
Na velocidade com que se sucedem os escândalos, talvez muitos já tenham esquecido um dos mais recentes. A revelação de fraudes bilionárias em repasses de dinheiro público a ONGs (fruto desses mesmos impostos que Lula acaba de aumentar), apontadas por investigações da Polícia Federal, bem como de auditorias do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral.

Um pacote tinha sido anunciado para conter tais abusos e evitar desvio de verbas federais. Entre outras coisas, haveria proibição para a liberação de verbas federais a ONGs, as quais tivessem como dirigentes deputados, senadores, servidores públicos ou familiares.

Por um decreto assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi determinado o adiamento dos mecanismos de controle de repasses de dinheiro público a ONGs, bem como a Estados e Municípios. Motivo: problemas tecnológicos e atraso no treinamento de pessoal!

Não acham curioso? Sendo 2008 ano eleitoral, será uma "simples" coincidência?

Ah, sabem a quanto chega o valor de tais repasses? Tentem advinhar. À modesta soma de 140 bilhões de reais por ano. Deu para entender?

O Senador Raimundo Colombo (DEM-SC), presidente da CPI das ONGs, afirmou que a medida de Lula compromete o processo eleitoral: "A liberação tem um viés eleitoral. Considero um misto de loucura e de irresponsabilidade do governo".

É mesmo! Mas, uma vez mais, surge a pergunta: onde está a oposição para denunciar a plenos pulmões o escândalo com o dinheiro público, e a fraude eleitoral que acoberta?

MP para ampliar o Bolsa Família
E para falar em fraude eleitoral, vamos agora ao quarto golpe.

A três dias do final de 2007, quem se preocupava com algo neste País? Lula!

Sim, para driblar a legislação eleitoral, o Presidente editou uma medida provisória (mais uma MP!) para ampliar o Bolsa Família.

A proposta de ampliação do Bolsa Família estava no Congresso. Sua tramitação ficou parada como fruto das interferências governamentais para possibilitar a aprovação da CPMF no Senado.

Alertado por especialistas que a legislação poderia impedir a ampliação do Bolsa Família em ano eleitoral, Lula decidiu concretizar o seu plano por uma MP. Afinal, não se entende a razão da "urgência", umas das condições para a existência de medida provisória, a não ser realmente driblar a legislação eleitoral.

Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior Eleitoral, bem como líderes da oposição consideram a medida ilegal. Poderá até ser considerada uma fraude à Constituição, alerta Marco Aurélio.

As novas benesses eleitoreiras
A MP concede um benefício de R$ 30 para adolescentes de 16 e 17 anos... jovens eleitores. Até agora o benefício era concedido a famílias com crianças de até 15 anos.

O valor máximo do benefício do Bolsa Família passa de R$ 112 para R$ 172, um aumento de 53,5%.

Além disso, a MP modifica o Projovem, ampliando de 24 para 29 anos a idade máxima para ser beneficiado com bolsa de R$ 100.

Entendem agora porque Lula precisa aumentar os impostos? E por que ele precisa não colocar em vigor os mecanismos de fiscalização dos repasses de verbas públicas? Verdadeiramente, "nunca antes neste País".

O ano apenas começou, mas o governo é o mesmo. Ano Novo, Governo velho!

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